D'propósito

15 de fevereiro de 2011

Um dia, talvez, ou nunca mais

Um dia escrevi que seria meu homem. Eu não solto uma só letra sem ter a certeza do desejo e do destino. O desejei sem nunca ter te visto, o quis até com suas imperfeições poéticas. Mas não fosse o destino, você ou eu estragar tudo, compartilharíamos textos, toques, experiências e respostas. Como esta, ao seu equívoco em confundir o inicio com o fim e também em acreditar que um dia seria sua mulher.

Um dia pode ser qualquer dia, ou pode não ser nunca. Temos tudo em comum e não temos nada. Você diz que adora meu nome e imagina chama-lo todas as manhãs, mas fez manha, me confundiu e precipitou os meus fins. Talvez eu tenha me apaixonado pelo contador de histórias que é, e eu não sei quem você é.

Poeta, sassariqueiro, compositor, filho de Xangô, vidente, contador de mais uma história minha? Quem você é? Queria que as dúvidas se organizassem como na sua escrita, mas não se confundissem quando me põe como um homem, a agir racionalmente e deixar meu lado mais genuíno e passional sem desfilar por aí.

A primeira vez em que lhe escrevi para dizer que um dia seria meu homem, eu também disse que apesar de tudo, de todas as imperfeições, eu gostava de você. Ainda gosto, mas com pouca certeza. Você disse que um dia ainda me escreveria muito. Um dia, ainda espero.

Um dia qualquer eu preciso ser arrebatada de novo.

Um dia pode ser qualquer dia, amanhã, ou até mesmo ontem, anteontem, quando desconfio que nosso encontro nunca deveria ter saído da literatura.