D'propósito

17 de dezembro de 2009

Jornalismo e futebol

Se não fosse o jornalismo eu teria sido jogadora de futebol, certamente. Já escrevi antes sobre a minha paixão pela bola, especialmente por jogar, nem tanto por assistir ou acompanhar os campeonatos pela televisão.

Tenho que admitir que muito do meu talento foi descoberto pelo meu irmão, que me ensinou e me treinava para o gramado. Apesar de sempre preferir o futsal. A bola que rola na quadra exige velocidade, pensamento rápido e agilidade, muito mais intenso que o campo. Mas mesmo atuando no gramado e na quadra, na minha época - que começou em 1992 -, não existia a Marta, tampouco qualquer coisa que se aproxime da valorização do futebol feminino, foi então que encerrei minha carreira em 2005, ao terminar o colégio e entrar para a faculdade.

E apesar da quase insanidade para o meu pai, que não via sua filha brincar de boneca ou desfilar em uma falsa passarela, eu sempre fui racional e aos 13 anos decidi que, de fato, não desfilaria com a bola nos pés, mas tropeçaria com as mãos pelo jornalismo.

Aos 17 eu larguei o futebol definitivamente para abraçar o jornalismo. Entrei pra uma faculdade que não tinha nada a ver comigo, digo pela universidade, não pelo curso.Muito se deu pelas pessoas que encontrei lá, ou que não encontrei. Na faculdade eu não fiquei bêbada na festa da turma, porque nunca teve, exceto agora no último ano com a formatura – que eu também não estive presente. Não perdi a virgindade por causa da faculdade e, por fim, terminando as três lições básicas que se aprende em uma universidade ou no bar ao lado dela, eu não fumei maconha. Apesar dos meus óculos, eu não sou nerd e estou longe de ser uma aluna ou pessoa exemplar. Fora a temida e curiosa primeira relação sexual das meninas, tudo que, teoricamente, a faculdade oferece eu fiz antes. Talvez tenha sido precoce, ou os meus amigos de colégio e condomínio que eram à frente de qualquer graduação.

Então, tudo que eu desejei e imaginava de uma faculdade não se concretizou com essa minha graduação. Mas como nem tudo é festa, eu diria que até 2º ano, com as aulas teóricas a faculdade foi muito boa. Depois disso, eu já trabalhava na área há um ano, e o curso de jornalismo - com as aulas práticas - foi perdendo o sentindo pra mim. Parecia não me acrescentar muito, mas eu precisava da graduação pra manter meus estágios. Sim, estágios, no plural. Mudei de estágio como quem troca de sapatos, sujou ou apertou troca. Quis e experimentei algumas das diversas áreas que o jornalismo permite, até cair na equipe e, provavelmente, a TV mais legal, na Cultura.

Mas nem tudo são males, a faculdade não foi de todo ruim, porque convivi com três pessoas ótimas, Bruno, Diane e Victor. Victor foi quem mais me ensinou sobre jornalismo e, apesar de não admitir, o mais jornalista, entre todos que se formam na minha turma.A universidade valeu por esses três nomes e por Luís Mauro, o professor que antes do Victor, me ensinou quase tudo o que sei sobre ser jornalista. Além dos citados, a faculdade é boa para você estagiar. É pra isso que serve uma graduação, independente do curso, te dá à oportunidade de entrar no mercado de trabalho com direito de errar. Mas de preferência não erre, e se fizer jornalismo faça dele uma literatura sob pressão. E depois de quatro anos de pressão, finalmente, posso dizer e assinar como jornalista. Mas agora que já tenho uma profissão será que ainda dá tempo de eu voltar a jogar bola?

2 comentários:

Anônimo disse...

Afff, vc nem sabe. Ontem assistindo um programa de esporte, lembrei-me de vc. Estava eu e o Bruno conversando sobre futebol e comparei sua agilidade com a da Martha, e comentei o quanto vc seria bem sucedida no futebol.
E que entre suas paixões, o jornalismo e o futebol, vc conseguiu conquistar ambas (Tem talento nas duas).
Disse a ele que se naquela época tivesse espaço para o futebol feminino, concerteza vc estaria lá.

No que depender de mim, haverá mto tempo para jogarmos bola ....

Renata disse...

Afff, vc nem sabe. Ontem assistindo um programa de esporte, lembrei-me de vc. Estava eu e o Bruno conversando sobre futebol e comparei sua agilidade com a da Martha, e comentei o quanto vc seria bem sucedida no futebol.
E que entre suas paixões, o jornalismo e o futebol, vc conseguiu conquistar ambas (Tem talento nas duas).
Disse a ele que se naquela época tivesse espaço para o futebol feminino, concerteza vc estaria lá.

No que depender de mim, haverá mto tempo para jogarmos bola ....

*num sei pq o 1° foi anonimo =s