foto/fonte: le love
O ônibus é, no fim das contas, mais reflexivo que um metrô. Talvez porque demore mais. E foi a caminho do trabalho que pensei que há sempre alguém sofrendo por amor. Se não é você, é um amigo, ou quem não se gosta mais. E por trás da dor do amor há sempre alguém aconselhando o que fazer. Como esquecer, como reagir, o que falar, como se comportar, feito esses livros ambulantes de auto-ajuda.
Mas entre todas as coisas que as pessoas mais dizem é: não se humilhe! O que não é bem o que aconselha Roberto Freire em Ame e dê Vexame ou em Insista, crônica do livro Canalha!, do Carpinejar.
Eu amei, insisti, dei vexame e as pessoas diziam, “você tem que ter o mínimo de orgulho”. Também acho. Mas acredito mesmo que só se pode ter orgulho depois de um belo escândalo.
Por exemplo, nós fazemos escândalo diante da morte e sem vergonha que nos vejam chorar desconsolados abraçando o corpo que já não responde. Parece ridículo comparar a dor que se tem a perda da morte a de um relacionamento, já que não há consolo para a perda definitiva de alguém. Mas ridículo, talvez, seria também não comparar.
Já vi muita gente tentando descrever a dor da morte e não conseguir. Além de um vazio e as melhores lembranças do falecido não há mais nada que eu me lembre da morte. Até hoje sofri com a perda de dois bisavós, um avô e uma tia. Mas mesmo com a ausência dos quatro, tendo sentindo muito mais com a morte da minha tia, eu ainda não senti nada parecido com a dor da perda de um amor. Porque ao contrário da morte a separação não nos faz enterrar ninguém, a paixão sempre está mais viva para uma das partes e mesmo com a desintegração ele não deixa de existir, só muda o status ou a posição no tempo que de presente e futuro, de repente, se torna passado.
A morte não tem tempo, mas sempre tem companhia. Diante da morte você sempre tem companhia para chorar e recordar o melhor de quem não pode mais respirar. Do amor perdido, não. É você e só você para lembrar dos sorrisos trocados, do café da manhã surpresa, dos fins de semana todo na cama, das brigas por ciúme e do próximo aniversário que vocês não vão comemorar juntos.
A morte é o fim da esperança, o fim de um relacionamento é começo dela. Por pior ou melhor que tenha terminado sempre há esperança por parte do amor, senão pelo que se vai, pelo próximo que pode vir. Porque no fim das contas não dá pra superar o que não foi enterrado. Não se pode enterrar um sentimento ainda vivo, em qualquer coração que seja, ou que vier.
Mas entre todas as coisas que as pessoas mais dizem é: não se humilhe! O que não é bem o que aconselha Roberto Freire em Ame e dê Vexame ou em Insista, crônica do livro Canalha!, do Carpinejar.
Eu amei, insisti, dei vexame e as pessoas diziam, “você tem que ter o mínimo de orgulho”. Também acho. Mas acredito mesmo que só se pode ter orgulho depois de um belo escândalo.
Por exemplo, nós fazemos escândalo diante da morte e sem vergonha que nos vejam chorar desconsolados abraçando o corpo que já não responde. Parece ridículo comparar a dor que se tem a perda da morte a de um relacionamento, já que não há consolo para a perda definitiva de alguém. Mas ridículo, talvez, seria também não comparar.
Já vi muita gente tentando descrever a dor da morte e não conseguir. Além de um vazio e as melhores lembranças do falecido não há mais nada que eu me lembre da morte. Até hoje sofri com a perda de dois bisavós, um avô e uma tia. Mas mesmo com a ausência dos quatro, tendo sentindo muito mais com a morte da minha tia, eu ainda não senti nada parecido com a dor da perda de um amor. Porque ao contrário da morte a separação não nos faz enterrar ninguém, a paixão sempre está mais viva para uma das partes e mesmo com a desintegração ele não deixa de existir, só muda o status ou a posição no tempo que de presente e futuro, de repente, se torna passado.
A morte não tem tempo, mas sempre tem companhia. Diante da morte você sempre tem companhia para chorar e recordar o melhor de quem não pode mais respirar. Do amor perdido, não. É você e só você para lembrar dos sorrisos trocados, do café da manhã surpresa, dos fins de semana todo na cama, das brigas por ciúme e do próximo aniversário que vocês não vão comemorar juntos.
A morte é o fim da esperança, o fim de um relacionamento é começo dela. Por pior ou melhor que tenha terminado sempre há esperança por parte do amor, senão pelo que se vai, pelo próximo que pode vir. Porque no fim das contas não dá pra superar o que não foi enterrado. Não se pode enterrar um sentimento ainda vivo, em qualquer coração que seja, ou que vier.
5 comentários:
Bela comparação.
Sardades!
;)
Bela comparação.
Sardades!
;)
Amar é sofrer. Mas mesmo assim, a gente insiste, porque amar e ser amado é bom demais! hahha
Beijo ;*
Não tinha pensado por esse ângulo, nossa dói demais =/
"Porque no fim das contas não dá pra superar o que não foi enterrado. Não se pode enterrar um sentimento ainda vivo"
Eu sei que você está online. Acabei de te ver entrando no MSN.
Estou aqui, em OFF, apenas lendo e apreciando teus textos e ao mesmo tempo chorando por dentro.
Sempre acreditei que as verdadeiras lágrimas não são as que saem dos olhos e rolam pelo rosto, mas as que saem do coração e rolam pela alma! De acordo com essa teoria, meu coração está chorando tanto que está transbordando pelos olhos, tornando assim também reais minhas lágrimas externas!
Você, talvez mais do que ninguém que me conheça, sabe que eu já havia superado( pelo menos acreditava haver superado) o fim do meu relacionamento.
na última semana conclui que não, e estou sofrendo novamente por aquilo que não morreu. Estou outra vez tentando forçar o entenrro de um sentimento tão vivo dentro de mim.
Eu acredito de verdade que a vida é uma só. Sei que posso e consigo com esforço viver sem ela...mas eu não QUERO!
Quero viver com ela.
Entende???
É uma saudade que me tira o fôlego e aperta o coração tão forte como quando tiramos o suco de uma laranja.
É tentar ser feliz e não conseguir, pq minha metade do que falta, nada preenche!
Enfim...não fique brava por eu não entrar nesse exato momento no MSN pra conversarmos.
Apenas me responda algo com as tuas palavras que sempre me agradaram tanto.
Obrigada por fazer parte dessa história de amor sem fim.
Tha
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