D'propósito

18 de outubro de 2010

Amor pós Orkut, Skype, SMS, Messenger

Salve a tecnologia, diz todo mundo da minha geração e a passada! Internet, GPS, celular, banda larga, skype, messenger, facebook, satélite, chip, sms e vá, tudo muito rápido e prático. Salve! Mas salve e salve mesmo o amor, a paixão e o ronca-ronca da cuíca nessa modernidade toda. Tudo bem, aos enamorados à distância tecnologia é a aliança, e aos tímidos e sem coragem também, que preferem o papo longo de expectativa, olhando pra tela do computador aquele desenho das janelas de bate-papo provando que o amor está respondendo. E não importa o delay, o lenga lenga e os ruídos de comunicação que um bate-papo provoca, as muitas palavras escritas, às vezes e para alguns, são mais diretas que os olhares ainda que rápidos, sedutores e reais.

Mas tudo isso é a preliminar dos tempos modernos, ou não deveria passar disso. Porque não tem coisa mais gostosa que o cheiro, a voz, o olhar, o toque e a sassaricagem toda que ninguém dispensa. E depois que a cobra viu o pau, ou matou a pau, toda essa tecnologia que aproxima ou aproximava um casal deve ser banida. Já inventaram o telefone antes da internet, MSN, Orkut e Facebook pra você falar com seu amorzinho, ouvir a voz e ser ouvido, saber como está, pra onde vão e matar a real saudade sem beber do veneno das redes sociais que diz onde não tem e esconde onde tem.

Eu já fui vítima da minha curiosidade e assassinei um romance pelos ruídos de comunicação e pela desconfiança. Uma tolice. Depois disso com caso, rolo, pretendente e namoradinho nenhum eu troco MSN, Skype ou qualquer rede que nos deixe mais presentes virtualmente do que reais. Além de ser só mais uma maneira de controlar o que por natureza é livre.

E tem mais: depois dos beijos, carinhos e intimidades trocadas SMS é para os covardes. A não ser para economizar e mandar uma mensagem rápida como, “tô chegando”, “já comprei as entradas, te espero no hall” ou até “já acordou?”, atitude mesmo e coragem tem quem liga. A voz e a surpresa são muito melhores do que as palavras abreviadas na tela do celular. E nessa hora até a bina é odiável, ao tirar o mistério de que toda ligação pode ser ele. E estraga a surpresa do ligador de provocar mais um riso e um coração acelerado de paixão. Depois de tanta tecnologia bom mesmo deve ser trocar cartas de amor em tempos modernos.



E pra embalar o texto, a semana e o velho amor, Copo D'água do incrível Marcelo Jeneci!

2 comentários:

Lego disse...

Os melhores contatos que fiz na internet foram aqui, no blog, onde a tentativa de "pavonismo" é bem menor que nas redes sociais (que, afinal, servem apenas para isso).
Só discordo de você em relação aos SMSs. É ótimo acordar e ver que, no meio da madrugada, uma mensagem mínima mas, cheia de sentidos foi depositava no seu celular.

Lali disse...

Gostei muito do blog! E acho que nada é melhor do que a companhia e contato real com as pessoas. Concordo.