Ela não era criança, nem adulta. Os cravos e as espinhas da adolescência lhe davam o ar juvenil da insegurança e, também, de quem ri mesmo sem motivo. Aprendeu a ser assim com sua avó, que era uma criança nascida há 70 anos antes da garota, e ainda mantinha a alma juvenil, só que sem espinhas e com sabedoria.
Numa tarde de pôr-do-sol enquanto a avó segurava um livro que falava de amor, separação e destino, a menina tricotava histórias sem finais e rendava suspiros apaixonados do que ainda se tornava passado. Com sentimento indefinido e o olhar distante para o horizonte a garota perguntou a velhinha:
Numa tarde de pôr-do-sol enquanto a avó segurava um livro que falava de amor, separação e destino, a menina tricotava histórias sem finais e rendava suspiros apaixonados do que ainda se tornava passado. Com sentimento indefinido e o olhar distante para o horizonte a garota perguntou a velhinha:
- Vó, eu penso todos os dias no dia em que conheci João. E queria que todos os dias fossem como aqueles.
- E por que não são?
- Porque não tenho mais João, Vó.
- Há mais do que João na sua vida.
- Eu sei, mas não sei por que me pego sempre pensando nos dias em que éramos felizes.
- Isso se chama saudade.
- Saudade ?
- É!
Silêncio...
- Mas Vó, aprendi que saudade só existe na língua portuguesa, sendo assim, o que é que as pessoas de outros paises sentem ?
- Silêncio.
A alma sábia da avó fez a menina entender que, quando se fala de sentimento, o sinônimo de silêncio é saudade. E, a garota ainda percebeu que, a saudade quando grita é o silêncio de fora ecoando dentro.
Um comentário:
Ah.. essa com certeza é uma definição bem sábia de saudade. Mas tem uma linda também, dita por uma criança, de se não me engano, 11 anos: Saudade é o amor que fica
;D
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