Nesse ritmo contagiante que dividi histórias com duas queridas que trabalham comigo. E como normalmente acontece numa roda de mulheres, o assunto há de serem homens ou relacionamentos. Isso no alto da noite depois de algumas bebidas. Entre uma brincadeira sobre a falta de homens, reproduzi um e-mail que recebi dias atrás ao definir que os cabras machos são iguais a orelhão público: 70% estão quebrados e os outros 30 estão sendo usados. Logo só resta a ligação a cobrar e as histórias em comum.
E numa quinta-feira depois de uma longa jornada de trabalho, saindo da TV quase meia-noite, fui com parte da equipe do Metrópolis ao Jazz nos fundos. Um lugar super bacana que, claro, toca jazz, tem pessoas descoladas e bonitas, e paras os paulistanos da gema fica na João Moura, em Pinheiros.
E apesar do Jazz ao fundo e nos fundos, descobrimos entre uma conversa e outra que somos mulheres Bossa Nova. Isso porque na época as mulheres inquietas e com vontade de ganhar espaço nas rodas sociais, preocupavam-se em serem antenadas, descoladas e inteligentes para saber levar qualquer tipo de conversa em meio aos rapazes. Pouco se pensava em estética e corpo. A cantora Wanda Sá no um documentário “7 x Bossa Nova”, disse que não se recorda de nenhuma mulher preocupada com malhação ou com a exigência de exercícios para a beleza. Essa busca pelo corpo escultural está mais presente agora. E eu, se tivesse que definir um estilo musical para as mulheres atuais ficaria em dúvida. No entanto, descobri e defini que Vanessa, Adriana e eu somos mulheres bossa nova.
Mas há mais.
Eu sempre fui do samba e da bossa, me assumia assim. Aí, depois de alguns romances e do Metrópolis, inclusive, virei do samba, da bossa, do pop, do rock, do jazz e até do rap. Virei a miscelânea de ritmos e de histórias.
Já disse aqui no D’propósito a minha afeição por colecionar histórias e pra isso é preciso viver, ouvir e sacar que quando você não protagoniza um causo você escuta e aprecia como quem vive. E às vezes, na mesma fábula, você não é o único ouvinte ou protagonista, assim como no metrô em horário de pico, que ultrapassa a teoria de que dois corpos não podem dividir o mesmo espaço. E duas mulheres podem se relacionar com um homem sem saber.
Confesso que durante um longo tempo, e meus amigos e leitores mais próximos sabem, que fui apaixonada por um rapaz esteticamente fora do padrão. Tudo bem, porque para nós mulheres (bossa nova) homem nunca precisou ser bonito. Basta ter um papo bom, carisma, inteligente e pra mim, ser músico sempre foi um ponto a mais. A questão é que entre uma fofoca e outra com a Vanessa, ela admite vergonhosamente que ficou com o cara que eu era apaixonadinha. Mas quando isso aconteceu, nós nem nos conhecíamos e sem querer trocando histórias descobrimos que falávamos da mesma pessoa. Caímos na gargalhada e achamos ridículo, claro. O rapaz, que eu preservo o nome, levou a Vanessa no mesmo restaurante que tinha me levado e de quebra disse a mesma coisa. Até o atendimento do garçom com uma piadinha foi igual. Desacreditando de toda a história e com muitas gargalhadas, os meninos do Metrópolis perguntaram o que acontecia com a gente. Contamos o caso e o Marquinhos disse:
- Eu não sei se soco um cara desse ou dou os parabéns. Conseguiu ficar com vocês duas.
Apesar de tudo, eu o parabenizo, porque a gente tem que admitir que o cara é bom na enganação e assim como Vanessa e eu, outras tantas com certeza já caíram. Bem, quando a gente cai na pegadinha, o melhor é rir com a piada. E piada boa é piada curta. E nesse quesito de piada curta, ele é bom (#seéquevocêsmeentendem)
Com toda a música jazzística ao fundo a verdade sobre o cara, não foi a única na noite. Mas também que o rapaz que eu estava até curtindo, tem outra e não é a Vanessa. Tudo bem, eu volto para as pistas e continuo me divertindo, porque o que é a vida senão isso: diversão.
E é em meio ao divertimento que eu vou vivendo no improviso do acaso.
Sobe o som de Miles Davis...
2 comentários:
rsrs rir pra num chora né
bjo
Adorei o post, principalmente porque está falando sobre jazz.
Beijos
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