Vai, Camila! Vai se apaixonar na vida!
Foi o que me disse os mesmo anjos tortos que fez do seu Drummond o homem gauche que a gente já conhece da poesia.
E eu, da linha direta de Xangô reconheço que ordem vinda do cartório do céu a gente assina e amém! Até porque sofrer por amor é coisa pra quem tem muito gosto pra se perder em um único amor. E, claro, para quem não tem os olhos atentos e um sorriso pronto para se despertar.
Vai, Camila! Vai se apaixonar na vida!
Sim, me apaixono e desapaixono na velocidade da bateria de um iPhone. Até Steve Jobs entra na dança, enquanto eu me esforço para não deixar descarregar a bateria do amor e do iPhone também.
Minha mãe fala, isso é sassaricagem!
É não, mãe. Aliás, é também. Mas é com muita paixão. E boto fé em qualquer começo de relação, vou fundo, mergulho no oceano de incerteza e ainda que por rápidos meses, me encharco de felicidade. Mando bilhetinho, faço surpresa, escrevo carta, posto no blog, faço rir e até me arrisco na cozinha, se muito necessário.
Aí me perguntam: mas e depois? E quando acaba, mergulha no sofrimento também?
Sim, também! É justo sofrer um tiquinho por amor, seria desumano se não. Mas coisinha de duas semanas. Isso falando de sofrimento mesmo, aquele que você chora e não para de pensar. Duas semanas e chega. Três a quatro se encontrar todo dia. Mas evite.
E é por gostar tanto do sentimento do começo que eu não canso em admirar uma boa ideia, um bonito sorriso, um olhar seguro e mãos masculinas bem desenhadas, do jeito que gosto.
Mas também sou capaz de me apaixonar pela metade de uma pessoa. Foi assim, neste último feriado. Com abertura da exposição "É o que não pode ser que não é", da Barbara Gomes, uma fotógrafa que é uma fofa além de muito talentosa. Ela faz a brincadeira de colagens de revista + Instagram. Na hora e super original. Acordei pensando que deveria ir, não consegui. Ela registou o que os meus olhos teriam se encantado, sem sombra de dúvida e como aconteceu, pela foto.
Admirei sua metade querendo completá-lo com a outra. Sussurraria no seu ouvido como a modelo na revista. Consigo imaginar suas mãos pelo quase sorriso e olhar que fala. Mãos grandes, unhas e dedos largos. É músico, jornalista, professor, publicitário, engenheiro? Prefiro que não seja nenhuma dessas. Adoraria experimentar o que ainda não tive. Solteiro, casado, canalha, romântico? Não sendo casado, já valeria a aventura.
Não sei o que você faz, não sei o seu nome, não sei um terço de você, mas gostei da metade que vi.
E se apaixonar não for isso, imaginar, desejar, querer o que um dia foi impossível, então qual é a graça?
Vim, Camila!Vim sassariqueira e vim pra me apaixonar! Feito meu poetinha Vinicius, que aniversaria no mesmo 19 de outubro que eu, e se vivo, este ano faria 100 anos. Vem festa por aí!
Agora, se você, leitor de bons olhos, conhecer essa metade diga a ele que eu o procuro!
E se quiser conhecer mais o trabalho da Barbara Gomes, que apresentou a exposição "É o que não pode ser que não é", na Urban Art e fez esse clique, dá um pulo no blog dela
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