D'propósito

14 de janeiro de 2010

Meu sétimo pecado capital

Eu nunca vi ter tanta força, e de tão persistente que é às vezes parece do mal, mas também vez ou outra faz um bem. A danada já foi tema de música, já se meteu na literatura e também vive chegando perto de mim e me dizendo o que devo ou não fazer, e deixar o trabalho pesado para amanhã, claro. É a Preguiça, que feito Deus, ninguém nunca viu, mas a malandra faz a gente acreditar que está entre nós. Pelo menos está em mim.

Ela podia trabalhar seis dias e descansar no sétimo, como Deus que no último dia da semana também sentiu aquela preguicinha, aposto. E por coincidência ou não, é ela o sétimo pecado capital. Mas comigo eu tenho que lutar, brigar feio com a Preguiça que faz questão de me descansar seis dias da semana e trabalhar um. Bem diferente do Supremo. A Preguiça até parece má, assim, olhando desse ponto. Mas ela tem seu lado bom, porque a preguiça de sair de casa, por exemplo, me faz ver vários filmes no Telecine, assistir a quase todos os seriados da TV a cabo e no fim da tarde ainda pegar uma piscina, porque eu não gosto do sol forte, nem de criança gritando para atrapalhar minha leitura, tão pouco de arriscar perder o MP3 ou o ipood por uma guerra d’água. Além da incrível economia que se tem ficando em casa – principalmente quando se está de férias forçadas.

Com o meu jeito eu-resolvo-tudo-na-última-hora (e resolvo mesmo), a preguiça chega a me deixar confusa se sou assim porque sou brasileira, ou porque sou preguiçosa mesmo. Mas a preguiça tem lá a sua vantangem. Por exemplo, na minha primeira entrevista de emprego e também meu primeiro emprego, na revista da FGV, minha chefe perguntou:

- Qual o seu defeito ?

Primeiro, que eu acho que essa turma de chefia e RH lamentável, deviam ser mais originais, ninguém vai falar a verdade, exceto alguém tapada e sincera feito eu, que respondi:

- São muitos, mas o mais cruel mesmo é a preguiça

Sorri depois que disse a palavra p-r-e-g-u-i-ç-a. Sempre soa melhor o sorriso no final dela. A minha ex-chefe olhou pra mim assustada e repetiu o que eu tinha falado, quase desacreditando. Mas me contratou, acho que ela quis pagar pra ver.

Aí eu tive a certeza que não há porque eu odiar a preguiça, feito minha mãe que vive xingando a minha lassidão. Se não fosse a preguiça, somado a minha sinceridade, claro, sabe Deus quando e onde teria sido meu primeiro emprego, que abriu porta para outros e outros e outros.
Mas é fato, que a preguiça age como visita, quando sabe que você é ocupada e não tem tempo pra nada ela até bate e te tenta, mas devido às tarefas você resiste. Mas nas férias e enquanto estou desempregada, ela sabe que eu não estou fazendo nada e chega mesmo, não tem como não recebê-la


Mas se um dia eu tiver um filho, pra ele não sofrer tanto da preguiça a primeira música que vou ensiná-lo é Sai Preguiça, que em mim já é a doencinha de quem gosta da boa vida.

Mas, sai preguiça que eu preciso trabalhar !




2 comentários:

Fe.ex.lline disse...

camila, sai dessa vida, parece até o meu pai!
você tem que arrumar um emprego logo pra gente ir na boêmia!

Anamyself disse...

Ai, posso confessar?
Curto muito uma preguiça.
ADORO ficar deitada na cama sem fazer nada. Sei que é feio. Sei que a vida tá passando lá fora.

Dos 7 dias, eu não trabalharia no último. Não trabalharia em nenhum!

Hahaha

Coisa feia!