D'propósito

11 de dezembro de 2007

Jornalismo na mesa

Na última quinta-feira, vivi algo que não foi obra do acaso e nem coincidência do destino. A noite quente e chuvosa me serviu como um prato cheio, delicioso e com direito a sobremesa. Satisfeita, aceitei o pecado da gula e me alimentei ainda mais enquanto houve tempo e espaço, na mesa que dividi com grandes nomes do jornalismo e da comunicação.

O dia era para o querido jornalista Assis Ângelo. O convite vindo do próprio semanas atrás para o lançamento de seu livro “ O dicionário Gonzagueano de A a Z”, veio como uma surpresa pra mim.
Quando entrevistei Assis para Mandacaru, não imaginava os bons frutos que me renderiam.
Saído direto da labuta, cheguei cedo no Bar Andrade e peguei uma conversa gostosa com Assis e o homem que lançou o Rei Roberto Carlos aqui na capital paulista. Sim era ele, Antônio Aguilar. Acompanhado de uns bolinhos de mandioca e a velha Brahma, preferida de nós Boêmios. Ainda conversávamos em pé até que os jornalistas ali nos convidam a sentar, dividir e compartilhar a mesma mesa. Tudo me soa como as descrições de Caetano entre os encontros com intelectuais que marcavam a época e que bem define em seu livro “Verdade tropical”.
Fora as descrições de Caetano, estava eu ali, frente ao jornalista e radialista com a voz e estilo único, Geraldo Nunes; o californiano pra lá de brasileiro e também jornalista Bill Hincheberg; Lenir que veio das bandas lá do Boldrin e uma extensa mesa que a minha memória não permite gravar todos os nomes. Mas o que está gravado e não apaga tão cedo, foram nossas conversas sobre a cultura brasileira; a educação; a Bahia, o Ceará, o Brasil e claro, não menos importante e fundamental a mesa de mestres do jornalismo e há dois aspirantes da profissão – Victor e eu – sobre o jornalismo atual e o do passado. A discussão era de que não se fazem mais jornalistas como antes.
A contenda foi longa. E na verdade, minha conclusão foi que, agora se fazem jornalistas e na geração deles, nascia-se jornalista. Não posso ter a pretensão de dizer se me fazem ou nasci com a arte que agora é moda e eu inevitavelmente visto. (Espero ter nascido com ela). Mas antes, diante ou pós tudo isso, me sinto privilegiada em ser recebida por quem é e nasceu jornalista.
Além dos petiscos, cervejas e o papo pra lá de gostoso, houve a hora de partir. E para minha surpresa e alegria mais uma vez, tive por parte dos queridos da mesa uma leve súplica para que não fosse embora; ficasse até o final da festa. Não pude. Mas fui embora com um livro autografado (meu primeiro livro autografado. Minha coleção começa agora.) e com vontade de ficar, no acompanhamento da boa música nordestina que vibrava no repente que não desafinava na mesa e no palco.
Depois do evento mandei um e-mail a quem considero, praticamente, meu padrinho do jornalismo. E com a atenção que me recebeu a sua festa e após uns trocadilhos no meu nome, ele responde.

Sim, nunca mais vou esquecer: CAMILA DAYAN.Esse é um nome que também fica bonito impresso. Vou acompanhar a sua carreira, Camila, pelos caminhos naturais da vida e da profissão que abarcou. Torço por você. Arriba!
bjs, Assis


O resto é história....

Nenhum comentário: