Na última quinta-feira, vivi algo que não foi obra do acaso e nem coincidência do destino. A noite quente e chuvosa me serviu como um prato cheio, delicioso e com direito a sobremesa. Satisfeita, aceitei o pecado da gula e me alimentei ainda mais enquanto houve tempo e espaço, na mesa que dividi com grandes nomes do jornalismo e da comunicação.
O dia era para o querido jornalista Assis Ângelo. O convite vindo do próprio semanas atrás para o lançamento de seu livro “ O dicionário Gonzagueano de A a Z”, veio como uma surpresa pra mim.
Quando entrevistei Assis para Mandacaru, não imaginava os bons frutos que me renderiam.
Quando entrevistei Assis para Mandacaru, não imaginava os bons frutos que me renderiam.
Saído direto da labuta, cheguei cedo no Bar Andrade e peguei uma conversa gostosa com Assis e o homem que lançou o Rei Roberto Carlos aqui na capital paulista. Sim era ele, Antônio Aguilar. Acompanhado de uns bolinhos de mandioca e a velha Brahma, preferida de nós Boêmios. Ainda conversávamos em pé até que os jornalistas ali nos convidam a sentar, dividir e compartilhar a mesma mesa. Tudo me soa como as descrições de Caetano entre os encontros com intelectuais que marcavam a época e que bem define em seu livro “Verdade tropical”.
Fora as descrições de Caetano, estava eu ali, frente ao jornalista e radialista com a voz e estilo único, Geraldo Nunes; o californiano pra lá de brasileiro e também jornalista Bill Hincheberg; Lenir que veio das bandas lá do Boldrin e uma extensa mesa que a minha memória não permite gravar todos os nomes. Mas o que está gravado e não apaga tão cedo, foram nossas conversas sobre a cultura brasileira; a educação; a Bahia, o Ceará, o Brasil e claro, não menos importante e fundamental a mesa de mestres do jornalismo e há dois aspirantes da profissão – Victor e eu – sobre o jornalismo atual e o do passado. A discussão era de que não se fazem mais jornalistas como antes.
A contenda foi longa. E na verdade, minha conclusão foi que, agora se fazem jornalistas e na geração deles, nascia-se jornalista. Não posso ter a pretensão de dizer se me fazem ou nasci com a arte que agora é moda e eu inevitavelmente visto. (Espero ter nascido com ela). Mas antes, diante ou pós tudo isso, me sinto privilegiada em ser recebida por quem é e nasceu jornalista.
Além dos petiscos, cervejas e o papo pra lá de gostoso, houve a hora de partir. E para minha surpresa e alegria mais uma vez, tive por parte dos queridos da mesa uma leve súplica para que não fosse embora; ficasse até o final da festa. Não pude. Mas fui embora com um livro autografado (meu primeiro livro autografado. Minha coleção começa agora.) e com vontade de ficar, no acompanhamento da boa música nordestina que vibrava no repente que não desafinava na mesa e no palco.
Depois do evento mandei um e-mail a quem considero, praticamente, meu padrinho do jornalismo. E com a atenção que me recebeu a sua festa e após uns trocadilhos no meu nome, ele responde.
Sim, nunca mais vou esquecer: CAMILA DAYAN.Esse é um nome que também fica bonito impresso. Vou acompanhar a sua carreira, Camila, pelos caminhos naturais da vida e da profissão que abarcou. Torço por você. Arriba!
bjs, Assis
O resto é história....
Nenhum comentário:
Postar um comentário