D'propósito

19 de outubro de 2007

Bateu à porta

Foi a Sorte. Apertou a campainha e entrou; sentou e acomodou-se, deu o aviso que por aqui ficaria em dias previstos a 365. Seria um ano de fortuna, riscos, sonhos, frustrações, emoções, ilusões, fantasias, alegrias, acasos e casos. Surpreendida dei um grito, “uhuuuu” e abracei a sorte como última esperança, que na espera não fiquei por mais de um minuto.

Há exatos um ano, eu vibrava a entrada do ano astrológico 1 e claro, como previsto e absurdamente desejado 18 anos. Certo, você pode estar pensando... legal ter 18 anos, mas que diacho significa esse ano 1? Para esclarecer desde já, na numerologia existe um ciclo de 9 anos, quando este se encerra começa tudo outra vez, desde do 1. E, como o próprio número sugere é começo, tudo novo. É uma fase de experimentações, construções de projetos, contatos e fortes emoções a todo o momento.Para os descrentes de numerologia, astrologia e afins, devem achar isso um absurdo. Mas, então vai vendo...

Depois de uma paixão platônica, frustrada e uma vida rotineira, o ano 1 chegou como um estouro, vingou como uma revolução no meu corpo e mente. Desde o último dia 19 de outubro vivi as melhores emoções; aquela cervejada com os amigos, o reencontro de casos passados, o encontro de casos futuros, aventura incessantes, ligações a altas horas, contatos brotando do chão, elogios caindo do céu, namoro, emprego, desemprego e empenho.

Com um final de um 2006 de muitos casos, desejos e realizações fundamentais, tive uma passagem de ano atípica; 2007 entrou como o guri que rebenta sem pedir licença. Entrou num ritmo acelerado e na primeira semana do ano me ofereceu e proporcionou uma viagem com um amigo, que mais tarde se tornaria um cafajeste e depois o homem que modificou minha vida.
O primeiro mês do ano já me indicava os anseios imprevisíveis que viria. No mesmo mês, engatei um caso que perdura e dura. No mês seguinte, o tempo de carnaval abriu alas e me deu passagem. Conheci o primeiro e significativo contato dentro do jornalismo, da tv e até das dúvidas; depois de um gingado carioca, outros contatos foram surgindo com a mesma naturalidade que João Gilberto sussurra a bossa, Vinicius dita a poesia e Bethânia faz de sua dramaticidade o tom e o som. E, eu uma “sortuda” com uma pitada de talento, aproveitei as oportunidades, estive nos lugares certos, e aprendi com as pessoas essenciais.

Convivi com um mundo que até então estava longe de mim; ganhei minha primeira credencial como imprensa, tive meu primeiro portfólio expressivo, meu primeiro emprego, o contato com o sexo, o jornalismo vivo, a dúvida da paixão, a TV Cultura, a rádio e TV Record, uma viagem mochileira ao Rio, a criação do blog, abertura de uma revista independente e frustrações, claro – nem tudo é tão perfeito.
Não apenas isso, proferi verdades, escutei coincidências, acertei meus pecados, escutei músicas em pausas, aumentei a agenda do meu celular, magoei corações, amei ilusões, estive longe de amigos fundamentais, construí uma nova estrada, ultrapassei meu lado, arrisquei o mundo, escrevi ficção, compus música, manipulei fontes, induzi verdades, fui parabenizada por uma reportagem e por fim, consegui fazer na última hora a inscrição para o curso do Estadão.

Descobri um jeito de ser mulher sem deixar de ser menina, reaprendi valores, tive uma mão e um grande aperto no coração. Era a paixão com qual eu divido meus projetos de vida, sonho os meus sonhos e construo um futuro.

Seria impossível descrever cada fato, agora e aqui. Primeiro que o dia 19 e o ano 2 já batem à porta, o ano 1 já solicitou sua licença e eu, pedi pra ele deixar a sorte, ou o acaso que foram fundamentais ao 18 anos.Com uma pitada de nostalgia, guardo o ano que passou como inesquecível, um incrível ano. E de sapatos novos vou para o dia 19 comemorar os 19 anos de idade e o que quer que signifique o ano 2.

Toc, toc, toc.

- Pode entrar....

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