D'propósito

13 de setembro de 2007

Tomando na veia

Feito viciada, louca e com adrenalina a mil, é que meu coração, minha mente e meu corpo respiram pra viver da droga que me contagiou e, inevitavelmente não me vejo sem ela. Todo dia, dia-dia, diariamente eu injecto a substância no meu corpo que vai até a alma, moderando razão e emoção, até chegar ao papel que abriga em pequenas letras de grandes palavras a droga ensaiada.

Já me disseram que isso é coisa do mal, mas digo mais alto que me faz um bem, tão bem. Até mesmo quando estou em outros planos, quando meu sono chega com o cansaço e a necessidade do corpo; sonho com a danada dessa droga e de repente, ou por ironia, quem me acorda com um beijo quente é um apaixonado e drogado feito eu.

Essa coisa que me sobe pelo corpo, me faz correr contra o tempo e injectar todos os dias na veia é o jornalismo; a droga que me põe à prova e me apresenta o desafio, as fontes das quais me nutri e não acabam nunca, a pauta que caí e no mesmo momento se ergue numa nova construção, a briga pelo tempo, as oportunidades que batem a porta e mundo afora.É a droga do jornalismo que me toca e eu aprovo como remédio para toda a cura, para todo o sempre.

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