Como não acontecia há tempos vejo um esforço quase fracassado, do papel procurando minhas idéias e os acontecimentos do cotidiano. Não que a vida ande devagar, não anda, ultimamente só corre, novidades a toda hora, no entanto, as palavras já não escorrem como a água da cascata que serviu de cenário para minha entrevista com Assis Ângelo, na Rede Record.
Vejo quase uma contradição nesse lapso de construir narrativas e prosas, afinal, estou mergulhada em teses sobre cultura popular brasileira, crônicas do Mario Prata, Xico Sá, Veríssimo e a quase sem inspiração feito eu, Tati Bernardi. Portanto, isso não deveria acontecer.
Não sei qual é de fato o problema que impede a narrativa leve que produzia antes, qual meu fã número um e provavelmente o único, diz que não produzo mais.
Talvez eu imagine o motivo da dificuldade, além da ansiedade da Mandacaru acho que é Celeste. Tenho a impressão de que nunca vos apresentei a ela, mas Celeste vem me atormentado há umas três ou quatro semanas.
É uma personagem que está pedindo espaço, um papel em alguma ficção. O detalhe é que ela não quer papéis secundários ou ficções curtas, quer um grande papel, quer destaque como o Eulírico, que provavelmente quando notar a chegada dela não vai gostar muito, ciumento como o conheço, vai jogar pedra na Celeste.
Mas o Eulírico já tem o seu espaço, por isso pedi tempo a Celeste, no entanto ela é impaciente e me atrapalha com a organização das idéias, porque ela não se revela, o contraio, esconde-se por trás de um sorriso e um olhar cruel e duvidoso. Não enxergo a personalidade da personagem que pode ser uma estrela, ou que pode acabar com o brilho dos meus textos.
Hora desejo vida a Celeste, hora desejo morte a Celeste e hora penso em trancá-la em uma caixa, como a de Pandora. Para que de repente, quem sabe, venha um terceiro abrir a caixa e desvendar a garota, a menina e a mulher que me tira o sono e a criação.
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