D'propósito

20 de maio de 2011

Apenas uma página

Acho bonito, poético e romântico quando alguém lê o trecho de uma poesia ou crônica e num suspiro do ouvinte, o leitor quase na mesma respiração, arranca a página sem dar importância à patente do autor. Pode ser Drummond, Quintana, Vinicius, Guimarães, Florbela, Xico, Chico, Carpinejar, Caio, Vargas Llosa, Mia Couto. Não importa o autor. Importa a palavra e a gentileza de oferecer, naquele momento, apenas uma página de todo o livro.

Arrancar apenas uma página é ser altruísta, elegante e apaixonado, é proporcionar o amor em vários pedaços com trechos diferentes. Arrancar apenas uma página é ser apegado a possibilidade do que se pode escrever e não ao que já foi escrito. Dar um livro é entregar a história, oferecer apenas uma página é pedir pra montar uma obra juntos.

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