D'propósito

7 de maio de 2011

Sempre que a paixão estiver em cartaz

O título podia ser de peça com apresentação às quatro da tarde, ou de um romance barato pouco popular, ou ainda, de uma roda de viola daqueles que o meu avô e o seu, com certeza, ouviram um dia. Mas não é isso, até porque sou péssima para títulos e não é nada disso. É só o princípio do meu vício. Doce, doentio, glamuroso e amargo de ver a paixão sempre ali, brilhando, nos palcos. É, nos palcos mesmo. Não precisa ser de um grande teatro ou casa de show, pode ser improvisado, feito, amarrado, convidado, para uma roda qualquer que apresente o talento, encante meus olhos e faça esse coração que sofre de sopro acelerar feliz.

É isso, é tara por pessoas notáveis, com o talento de seduzir um monte de gente duma vez só. E como cada um tem uma preferência para o sexo oposto, ou de mesmo sexo, que seja. O amor é livre e o matrimonio homossexual está liberado. Amém! E muito bem, os moços e as moças solteiras caçam nas ruas seus tipos, aqueles que fazem o perfil. Loiro, moreno, musculoso, magrelo, gordo. Todo mundo tem uma prioridade, a não ser, claro, quando você é o escolhido ou em situações de crise que o que vier é lucro.

Mas eu, no alto da minha solteirice – (até que o chileno volte para o brasil) descobri no primor da sassaricagem que eu não tenho preferência, não. Ao menos não assim, do estilinho tal, com o corpinho pans. Mas claro, sempre tem que preencher os requisitos básicos de sobrevivência para alguns encontros. Boa formação cultural, escrever bem, percepção do ridículo, prático, decidido, não ser metrossexual, ter paciência com meus atrasos e algum talento artístico, de preferência musical. A lista parece grande, mas não é. São só requisitos, sempre adequáveis e flexíveis dependendo da proposta encantadora da paixão.

Primeiro eu achava que gostava de loiros, até namorar um moreno quase mulato. Depois um gordo. Em seguida um loiro, forte, dos mais lindos que um dia eu consegui na vida. Outro gordo. Um magrelo. Um baixinho e todos altos. Quanto aos homens, fisicamente falando, eu não tenho preferência, não fosse a coincidência de a maioria, ou as mais fortes paixões terem sido por pessoas notáveis.

Tem quem ache que sou interesseira. E de tanto me acusarem parei pra pensar. Mas Não. Não mesmo, afinal, estar no palco ou ser músico não significa que a pessoa tenha dinheiro. E não são as notinhas verdinhas que me encantam neles. Até porque, no fim das contas e depois de um tempo, todo jantar é dividido. Mas na verdade o que encanta é o glamour, é ver e poder possuir aquele que nos seus 90 minutos ou mais, arrebata uma plateia.

Tenho uma amiga que diz, “seu problema é o microfone, você é louca por um microfone”. Sou! E domine o palco então pra ver! Me apresento e estreio uma nova paixão. No fundo, eu tô descobrindo que não precisa ser artista, não. Só ter o espírito de um, pra que eu possa sempre colocar a paixão em cartaz.



E pra continuar no ritmo, um clássico do Robertão na versão bacanuda dos talentosos Marcelo Jeneci e Laura Lavieri.

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