Quando estava no 3º ano do colégio, sendo oradora da turma e vivendo os últimos minutos da fase que estava no seu fim, o único pensamento que consegui sintetizar diante a emoção é que, sempre quando as coisas estão terminando é que lembramos do começo. Mas dessa vez eu não recordei o início, e após oito meses de vida do D'propósito eu não lembrei do começo quando ele esteve perto do fim, porque ainda não tinha terminado e não terminou.
A lesão e a dor no corpo pela surra e a facada atingida nas costas do D'propósito e, naturalmente na minha, é aparente. No entanto, como todo pesar é passageiro e como já concluiu a companheira de todas as horas Alline, “para que servem as pedras no caminho, senão para sentar e tomar um ar fresco”. Pronto, simples assim, como estou agora, sentada, tomando um ar – do ventilador – e sentindo a boa vibração de quem eu gosto tanto e meu coração responde.
Nesse espírito que me conduziu ao recomeço, refazendo e passando por cima dos princípios de um mau-caráter, que por inveja, ciúmes e outros sentimentos prejudiciais a saúde, cometeu o ato grotesco de excluir o que pra mim, tenho de mais importante, em matéria de desenvolvimento pessoal e profissional.
Na tarde de domingo, por volta das 17h:30, o terrorista em tom ameaçador disse:
- Vou excluir o D'p
Pensei na possibilidade daquilo ser uma piada, nem de perto uma ameça, afinal, era um dos meus homens de confiança, praticamente meu braço esquerdo. Mas quando ele, no seu momento de fúria soube que não seria mais o homem do braço direito, não exitou em soltar a a frase final.
- Pronto, pode ir ver seu querido blog. O D'propósito acabou.
Pude escutar ao fundo a risada maligna, mas ainda desacreditada de tamanha maldade fui conferir com meus próprios olhos, que em seguida enxeram e derramaram lágrimas por uma hora ou mais. Desespero e perda. Esses foram os sentimentos e minha reação quando vi que o D'propósito tinha sido excluído por um homem – ou uma criança - que não agüentou o fim de uma relação.
A minha reação foi semelhante ou igual a uma mãe que perde o filho. Eu gritei muito em frente ao computador, liguei para todas as pessoas pedindo ajuda e claro para o terrorista. Xinguei todos os graus da família dele e pedi para que ele dissesse que o D'propósito não tinha acabado e que havia ainda uma solução - isso aos prantos e em soluço – para eu recuperar os meus textos que publicados, não estavam salvos em nenhum outro lugar.
E na frieza que só um assassino tem, sem demonstrar qualquer arrependimento ou tremulação na voz ele respondeu:
- Você acabou com a minha vida, agora eu acabei com a sua. Você não tem mais o D'propósito, ACABOU.
Só o que pude fazer é desligar o telefone e recorrer aos fiéis amigos e parceiros. Depois do desespero e do choro veio a calma
dele, que na sua serenidade diminuiu os meus ânimos e ainda conseguimos rir de uma causa ou de outra. E graças ao Júlio eu consegui meus textos de volta.
Depois quando os nervos não estavam a flor da pele, veio a decepção e o desprezo de alguém que eu confiei minha vida, a ponto de dar a senha do meu blog e dividir sonhos. Em seguida a essa ação, ainda veio outras piores que descobri da boca do próprio malfeitor, no entanto, ele pediu em uma carta formal para que eu não revelasse sua identidade aqui no blog. Não sei o que o rapaz teme, o pedido foi aceito, mas não por consideração a ele, e sim pela ética que tenho. Eu não preciso revelar o nome para estragar sua imagem, pois como já falou outra companheira, “quem não sabe perder, jamais vai conseguir ganhar algo um dia”.
As palavras não são minhas e o desejo quanto a isso é indiferente, porque o que sai – saiu – da boca não dá pra engolir de novo.
O D'propósito segue, com a vitalidade que sempre lhe foi dedicada, a reforma continua. E os mortos já estão enterrados.