Pela terceira vez - e provavelmente não a última - vi o literocanto dos Cantos Negreiros. A primeira vez em que vi, registrei aqui a emoção que era inédita. E na terceira, apesar de não ser inédito, se faz nova. Porque na minha pele amarela está o sangue da raiz da liberdade.
No pranto de quem já chorou de dor
Sai o canto, que ressoa com fervor
O calor, no abraço da libertação
No sorriso branco que traz inspiração
Branco é o sorriso largo, vasto
Que Xangô e Oxum ilumina
Iemanjá recebe e os santos dizem Oxalá
E a gente olha. Lá...
A cor, o sabor e o amor
que brilha na pele preta.
É preta. É negra não.
Negra(o) é coisa de branquelo
metido a besta.
Que não tem suingue e diz
“é aquela negrinha, aquele moreninho”
Não é negra e negro
É nêga e nêgo
que no chamado de amor vira
minha preta, pretinha
A originalidade é deles,
o gingado é só deles
que carregam no sangue escravo
o corpo forte e resistente
Na alma que liberta
No chêro que transforma
Na felicidade que ressoa
E no canto que ecoa
“Um sorriso negro, um abraço negro
Traz....felicidade
Negro sem emprego, fica sem sossego
Negro é a raiz da liberdade"
25 de fevereiro de 2008
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