D'propósito

27 de maio de 2008

Falsa Baiana à sua terra natal


Depois de quase um ano no mercado duro da labuta de estagiário, ganhei meu primeiro bilhete para viajar a trabalho, claro. O destino foi à terra de Caymmi e apesar de ter a alma baiana, meus pés nunca haviam pisado em Salvador; da Bahia conhecia só Porto Seguro, por causa dessas viagens de fim de colégio. Animada para conhecer a cidade, eu esperava descer do avião e já ouvir o batuque lá de longe do Olodum (claro que isso não é verdade, explico porque tem gente me levando muito a sério aqui, enfim) e me bronzear num sol que me deixaria preta, preta, pretinha - como meu pai tantas vezes já me chamou e cantou para mim.

Pois assim deixei São Paulo, domingo passado, dia 19 de maio, com um sol como há dias não fazia por aqui e agora faz. Embarquei pela Gol, minha primeira vez com a companhia, confesso que prefiro a Tam ou a Varig, o lanche deles são muito melhores. Na Gol, você tem duas ou três opções, entre a barrinha de cereal de banana, maça e o amendoim.

Mas sem problemas, o que é uma barrinha de cereal perto da comida baiana que me esperava e o sol que me aguardava. Isso até o comandante dizer que fazia 24º e chovia fraco na terra de todos os santos. Certo, mas eu ficaria até quarta-feira e tudo estaria azul, feito o mar que era o cenário no meu café da manhã.

Isso não é pra fazer inveja, mas a sensação de comer uma tapioca e frutas frescas com visão para o mar, faz a digestão ser outra. Tudo bem, isso soou como inveja, mas é só pra compensar que eu não consegui ir à praia, nem entrar na piscina. Consegui no máximo tomar banho de lua, que também foi bastante interessante, com a visão infinita do mar e a lua cheia que brilhava e acompanhava meu canto de falsa baiana que foi o hit da viagem.

Durante o dia nada da calma baiana, a correria era paulistana, e só por isso o trabalho realizado para o Sinaenco foi um sucesso, como meu chefe diz, tivemos 200% da mídia baiana. Recebi um parabéns aqui, um muito bom ali, mas o divertido mesmo eram nossas noites.

Segunda-feira, por exemplo, reservou a melhor comida que já provei em toda a vida e no ambiente do Paraíso Tropical - isso não é um trocadilho - é com certeza o melhor restaurante de Salvador, quiçá do Brasil. Uma comida baiana leve que fazia cada detalhe do prato e da bebida, preciosa. Feito a caipirinha de tangerina e a fruta achachairu que abriu e fechou meu jantar. Sensacional. A sobremesa de lá é uma cesta de frutas de todas as cores, gostos e sabores. Frutas que aliás, o chef Beto Pimentel, dono do Paraíso Tropical, planta no sitio ao lado do restaurante. (aqui tem uma matéria bacana da Erika Palomino falando de lá).

O Paraíso Tropical não me revelou apenas um novo paladar, mas também, novos personagens. A Bahia, ou Salvador, tem mais personagens do que em todos os outros lugares que eu já estive. Eu como bem me divirto com essas pessoas notáveis, não poderia deixar de citar Lianne, a personagem revelação dessa viagem, que apareceu no restaurante Paraíso Tropical, chegando com o corpo e alma baiana, arrancou risos e furor dos meus companheiros de trabalho. Além de chegar com alegria, Lianne jurando que eu fosse, de verdade, uma jornalista, me pediu a benção. E pra entrar na história e na brincadeira eu pegava a mão dela e dizia, “abençoada!”, no sotaque soteropolitano.

Ela tratou, Rodrigo, Cristina e eu como celebridades, e foi assim que nomeou nossas fotos em seu orkut. E Cristina, colega de trabalho, que também é pra mim um outro personagem, oposto a Lianne, com uma elegância e sagacidade particular, me arrancou risos e conquistou a simpatia. Além de Lianne, Cris e Rodrigo, tiveram outros, mas as histórias são muitas, os detalhes são precisos e levaria pelo menos um post por dia, durante uma semana pra contar tudo.

Mas o que não pode faltar é que experimentei o apimentado acarajé e nas minhas ultimas horas em Salvador fui ao Pelourinho, requebrei, mexi e remexi as cadeiras ao batuque do Olodum e cantei “Salve a Bahia senhor(...) eu sou filha de São Salvador”. No fim terminei num barzinho com a visão da praia. E como João Gilberto já cantou, “eu vim da Bahia, mas eu volto pra lá”, eu recanto e digo o mesmo: volto pra pegar o sol, a praia e a piscina da terra natal de minha alma.


Elevador Lacerda




Os personagens, começando na direita com Jorge, Lianne, Cris, Rodrigo e eu



Olodum


Acarajé da Cira



Mmm, dá até água na boca


O chef Beto Pimentel

3 comentários:

Brisas, Blues e Poesia disse...

Oiie Camilaa! desculpa o sumisso hehe
ah q coisa boa em meninaa..viajaa..bahiaa..eitah..nois..
fiko feliz por vc!!
um xero kkkkkkkkkkkk
beejo

Anônimo disse...

que delicia!
as fotos estão lindas! e vc escolheu as mehores e idispensavéis pra postar mesmo!
Acarajé, olodum e etc ...

beijo cheio de vontade de ir a salvador!

Anônimo disse...

ah, o paraíso tem o nome certo: Salvador.
Saudades dessa cidade, dessas pessoas que são receptivas em olhares, do olodum em um terreiro e uns gringos tentando sambar [?] e eu só me divertindo com uns amigos e pensando que podia ser salva por essa cidade toda uma vida.
Ah, eu REALMENTE amo a Bahia, terra de todos os santos que lava a alma de passar uns poucos dias. Ah, saudades de salvador e do interior da terra.

Será que você se apaixonou por lá como eu?
Precisamos sentar e colocar a saudades de lá em dia, tempos que ninguém ia, tempos que eu não vou. Três anos que lembro do pôr-do-sol ali perto do farol da barra que de dia tem umas pedras e mais tarde a maré sobe e tudo fica lindo.
:)

aaaaaaaaaah, Camila, invejinha, mas invejinha boa, porque é preciso que todos um dia visitem a terra mais receptiva e querida. tenho certeza que esses sorrisos da foto eram os mais verdadeiros. :)

Beijo e parabéns pela viagem.
ahê!


ps: hahaha, li no dia, mas tempo só deu agora para comentar e recomentar a saudades. às vezes, comento :)