D'propósito

17 de agosto de 2008

O que o baiano Caymmi tem

Minha alma só é baiana porque é nativa das poesias e melodias expressadas pelo cantor dos mares, e naturalmente, da Bahia, que agora, deixa um mar de canto e saudade pros baianos que têm e pros brasileiros que são. São qualquer coisa do samba, da terra, do acalanto, da morena, da Marina, da Dora, Doralice, do sol, afoxé, vatapá, acarajé, do mar, da Bahia, da vizinha do lado e de maracangalha.

Entre centenas de composições e sacudindo a cadeira de balanço, o baiano que levou a vida com prazer e no ritmo calmo de seu ser, mexeu com a música brasileira, deixou trilhas sonoras e histórias. Feitas as que Jorge Amado registrou e que a jornalista Rosa Herman teve a felicidade na belíssima comparação ao dizer que, Caymmi era o Jorge Amado da música.

O mestre e maestro baiano Dorival Caymmi, perguntava na sua música aos brasileiros, “Você já foi à Bahia?”, como ele, eu complemento dizendo, ‘Então vá!’. Só lá é capaz de se compreender “o que a baiana tem” e o porquê da “Saudade da Bahia”

Deixando lembrança e nostalgia, aos 94 anos Caymmi faleceu no sábado e foi enterrado neste domingo às 15h. O músico, poeta e acima de tudo baiano, acreditava que qualquer pessoa quando morria ia para o céu, só evoluía.
Feito samba em evolução, o baiano que conheci de cabelos brancos, sorrisos largos, música doce e pensamentos sonhadores, deve estar falando pra Deus o que o samba da nossa terra tem e precisa, no jeito manso, leve e suingado de ser, como as músicas que deixou e minha alma baiana que batizou


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