D'propósito

13 de agosto de 2007

A coisa da paternidade

Filho da mãe todo mundo é, ser filho do pai que é o problema, na verdade é quase um enigma. Certamente pai e mãe todo mundo tem, afinal, somos projeto da relação entre os seres que às vezes nos fazem sem querer, outras vezes desejam muito e algumas vezes há uma confusão de pais. Mães enlouquecidas com a diversidade de homens que disponibilizam-se a maternidade e prende um a paternidade.

Dependendo da escolha ou de repente de ter sido escolhido pela mulher – a mãe- o pai leva título de pai, às vezes de fato não o é, ou pelo menos não foi ele quem o fez. Mas como o poeta Victor de Moraes já cansou de repetir: “Fazer o quê? Pai é mesmo quem cria.”

E cria mesmo. Recria, põe cria, faz cria e não pia. Assovia. Pai de sangue, pai de criação, pai de consideração, pai ao quadrado, pai entoado, pai valentão, pai amedrontado, pai engraçado, pai, pai, pai pra sempre um homão.Diferente de mãe que é tudo igual e só muda de endereço, pai é tudo diferente, ainda que resida na mesma morada. Sem as declarações cotidianas de que mãe é uma só; pai também é um só, é único. Desde quando o chama de pai.

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-Paii....
-Quê?-Vamos jogar bola?
-Camila, você é menina.
-Eu sei, vamos jogar?
-Então, pra aquecer vamos jogar uma partida de vídeo-game?
-Eita pai, depois reclama que está gordinho. Mas eu fico com o controle 1.

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