D'propósito

29 de abril de 2008

(re)encontro

Sentir o sol da tarde aquecendo o corpo, desfocando a visão e trazendo a brisa da liberdade, era algo que não sentia há pelo menos uns sete meses ou mais. Mas ontem, depois de ir ao médico para prevenir qualquer mal e ter uma consulta um tanto engraçada, caminhei por toda a Paulista.

O dia estava bonito, iguais aqueles da época em que não trabalhava e só dormia. Eu não sei exatamente o motivo, mas eu estava feliz, uma alegria que vem de dentro e naturalmente o nosso físico responde em sorrisos ou em qualquer outra beleza, como encontrar seu poeta contemporâneo preferido.

É, comigo tem sido assim nos últimos tempos, ou provavelmente desde que nasci; tudo acontece por acaso, como ontem. Estava passando pelo Center 3 e logo à frente com a reforma nas calçadas da Paulista, a transição de pessoas estava e está um caos. Eu não tinha pressa, esperava o fim do dia para um belo encontro, então tinha duas opções: ir pela rua e chegar aonde quer que fosse mais rápido, ou me misturar na multidão e demorar um pouco mais. Optei pela segunda - também não sei o por que - e quando passava pelo Bank Boston cruzei com um cabra danado.
Levantado os óculos escuros para vê-lo melhor e com o sorriso de surpresa disse:


- Marcelino Freire!
- Sim, sou eu. Agora me diga teu nome.

Eu ri nessa hora, sou apaixonada por esse poeta, poetinha. Já tínhamos conversado algumas vezes por e-mail, depois dos Contos Negreiros que eu registrei aqui.


- Sou Camila Dayan, conversamos por e-mail, tá lembrado? sobre os contos...
- Ah, sim, como vai querida?
- Vou muito bem!
- Escrevendo bastante?
- É, tentando pelo menos. Eu iniciei o projeto do livro para aquele concurso que anunciou no blog...
- Ah, que bom!
- Mas não vou conseguir terminar, impossível. Falta muito pouco tempo
- Ah, não pare não. Me mande uns trechos pra gente dividir essa emoção aí. Quero ver...
- Mando sim!
- E que cidade maluca essa não, Camila?
- Olha só onde a gente veio se encontrar, isso é maravilhoso..


E o papo foi indo, indo, indo...

Marcelino é um pernambucano que tem as letras profundas, debochadas e sinceras. Eu o conheci por acaso, mas não foi por acaso que o poeta e escritor já me serviu de inspiração e me fez inspirar naquele fim de tarde de uma segunda-feria com cara de férias.

Aquele encontro e o dia de ontem me deu a certeza que não importa as ruas que eu ande, certas coisas estão no meu caminho, é inevitável e não tem como desviar. E mais do que o acaso ou o destino, eu vou contando e sorrindo para a sorte que brilha feito o sol que reencontrei e o poeta que encontrei.

3 comentários:

Anônimo disse...

"não importa as ruas que eu ande, certas coisas estão no meu caminho, é inevitável e não tem como desviar. E mais do que o acaso ou o destino, eu vou contando e sorrindo para a sorte que brilha feito o sol que reencontrei"

Lindo!

LiPpE bOsB disse...

...úia.....
rrsrsrsrsrs

Brisas, Blues e Poesia disse...

concordo com o comentário da luciana!
rsrs
e perdoe a minha leiguisse no assunto, Mas eu não conheço esse poeta..tem alguma obra dele disponivel na internet?