- Camila?
- Fala Eulírico...
- Pára de escrever e presta atenção em mim.
- Tá carente, é?
- É sério...
- Pode falar, estou a ouvidos.
- Sabe, estou com uma dúvida.
- Sério? E eu posso ajudar?
- Pode sim!
- É sobre o quê?
- Você!
- Eu?
- É.
- Êêê...Não vai me dizer que se apaixonou por mim? Eu disse desde o começo que não estava, assim, disponível e...
- Deixa de ser boba, não é disso que eu estou falando.
- Não? Então quer um caso rápido, sexo sem compromisso...
- Você fala como seu eu fosse um devorador de corações, um ninfomaníaco
- Devorador... não sei. Mas de fato um destruidor de corações.
- Você é maluca?
- Essa era a sua dúvida sobre mim?
- Também, mas essa você não precisa responder, eu tiro minhas conclusões.
- Então, acabou a dúvida. Posso voltar a escrever?
- Não!
- Não o quê?
- Ainda não fiz a pergunta.
- Fez sim! Perguntou se eu era maluca e disse que tirava suas conclusões, logo, terá a resposta, certo?
- Errado!
- Errado? Tudo bem, certo e errado são relativos mesmo.
- Camila, o que eu queria saber você ainda não me respondeu
- Você ainda não me perguntou! Certo, cara pálida?
- Certo.
- Boa garoto! Vai, se arrisque.
- Eu tenho certo receio de te chatear, de repente decepcionar...
- Não, fica tranqüilo, senão for nada trepidante a ponto de acabar com a festa do D’propósito ou roubar minha nova música.
- Não, claro que não!
- Então vai lá, qual é a nova? o que quer saber?
- É, não sei exatamente quais são as novas, mas de todas as coisas novas que aparecem pra você, e...é...
- Eulírico, às vezes você me cansa, até me assusta. Diz logo, tem medo do quê, rapaz? A resposta pode doer?
- De repente sim, não em mim, mas em você, não sei.
- Doa a quem doer, agora quero responder esse troço.
- Não é troço, é pergunta.
- Que seja. Pergunte!
- Bom, vou tentar ser delicado...
- Chega Eulírico...
- Chega? Não posso mais perguntar?
- Não. Quero dizer, pode. Estou dizendo chega pro mistério que faz pra fazer uma única pergunta, está me deixando aflita.
- Certo, desculpe. O caso é o seguinte, estive reparando em você nos últimos tempos, aliás, há muito tempo e vejo que você faz muitos planos. A cada hora surge com novas idéias, têm muitos sonhos, alguns meramente possíveis, outros impossíveis aos meus olhos e ao mundo. Você sobe muito alto, talvez pra ver os sonhos de um horizonte melhor, mas fico pensando: acho que ela se arrisca demais, não tem medo de cair, se machucar e ser uma pessoa frustrada?
- Humpft
- Te chateio com a pergunta?
- Não, claro que não.
- Você respirou forte...
- É que preciso respirar pra responder com a mesma sabedoria que teve na intenção da pergunta e, eu sempre preciso respirar, fundo, forte e muito para sonhar. Mas respondendo sua dúvida, digo que não tenho medo das frustrações. Meus sonhos, desejos, riscos e idéias são feitos primeiramente para serem divididos com você e só depois, quem sabe, realizá-los. Sabe, fazer fantasia ajuda a viver e às vezes também é preciso de alguém que ache tudo isso absurdo, para trazê-las [as pessoas] junto ao meu mundo. Como você, que agora está próximo dele.
- Humpft
- Que foi? Achou mais absurdo ainda?
- Não, estou respirando sua inspiração pra sonhar.
28 de julho de 2008
A dúvida do Eulírico
Escrito por
Camila Dayan
às
16:19
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2 comentários:
Fiquei Feliz com a sua visita! vc tbm andava sumida do meu Blush!
ando corridissima! nem postando mto eu estou!
coisas da vida!
sobre sua prosa concordo que planos e sonhos devem ser mesmo sonhados!
se vão se realizar ou não, ai ja é outro assunto que daria uma nova prosa!
BEIJO GRANDE! cheio de carisma!
esse ta tão sucesso.
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