D'propósito

31 de julho de 2008

Boletim d'quinta

Ando sem tempo pra postar aqui, mas trago notícias. Mudei de emprego, na verdade, estou mudando, começo segunda. E para quem interessar, hoje é o dia do orgasmo. Fiz uma histórinha em comemoração, mas está na minha cabeça, não tive tempo de passar para o papel, então, fico devendo. Mas prometo que até sábado posto sobre a data.

Ah, amanhã tem festinha de despedida pra mim e hoje eu tenho um encontro - que nada tem relação com o dia, que fique claro.

28 de julho de 2008

A dúvida do Eulírico

- Camila?
- Fala Eulírico...
- Pára de escrever e presta atenção em mim.
- Tá carente, é?
- É sério...
- Pode falar, estou a ouvidos.
- Sabe, estou com uma dúvida.
- Sério? E eu posso ajudar?
- Pode sim!
- É sobre o quê?
- Você!
- Eu?
- É.
- Êêê...Não vai me dizer que se apaixonou por mim? Eu disse desde o começo que não estava, assim, disponível e...
- Deixa de ser boba, não é disso que eu estou falando.
- Não? Então quer um caso rápido, sexo sem compromisso...
- Você fala como seu eu fosse um devorador de corações, um ninfomaníaco
- Devorador... não sei. Mas de fato um destruidor de corações.
- Você é maluca?
- Essa era a sua dúvida sobre mim?
- Também, mas essa você não precisa responder, eu tiro minhas conclusões.
- Então, acabou a dúvida. Posso voltar a escrever?
- Não!
- Não o quê?
- Ainda não fiz a pergunta.
- Fez sim! Perguntou se eu era maluca e disse que tirava suas conclusões, logo, terá a resposta, certo?
- Errado!
- Errado? Tudo bem, certo e errado são relativos mesmo.
- Camila, o que eu queria saber você ainda não me respondeu
- Você ainda não me perguntou! Certo, cara pálida?
- Certo.
- Boa garoto! Vai, se arrisque.
- Eu tenho certo receio de te chatear, de repente decepcionar...
- Não, fica tranqüilo, senão for nada trepidante a ponto de acabar com a festa do D’propósito ou roubar minha nova música.
- Não, claro que não!
- Então vai lá, qual é a nova? o que quer saber?
- É, não sei exatamente quais são as novas, mas de todas as coisas novas que aparecem pra você, e...é...
- Eulírico, às vezes você me cansa, até me assusta. Diz logo, tem medo do quê, rapaz? A resposta pode doer?
- De repente sim, não em mim, mas em você, não sei.
- Doa a quem doer, agora quero responder esse troço.
- Não é troço, é pergunta.
- Que seja. Pergunte!
- Bom, vou tentar ser delicado...
- Chega Eulírico...
- Chega? Não posso mais perguntar?
- Não. Quero dizer, pode. Estou dizendo chega pro mistério que faz pra fazer uma única pergunta, está me deixando aflita.
- Certo, desculpe. O caso é o seguinte, estive reparando em você nos últimos tempos, aliás, há muito tempo e vejo que você faz muitos planos. A cada hora surge com novas idéias, têm muitos sonhos, alguns meramente possíveis, outros impossíveis aos meus olhos e ao mundo. Você sobe muito alto, talvez pra ver os sonhos de um horizonte melhor, mas fico pensando: acho que ela se arrisca demais, não tem medo de cair, se machucar e ser uma pessoa frustrada?
- Humpft
- Te chateio com a pergunta?
- Não, claro que não.
- Você respirou forte...
- É que preciso respirar pra responder com a mesma sabedoria que teve na intenção da pergunta e, eu sempre preciso respirar, fundo, forte e muito para sonhar. Mas respondendo sua dúvida, digo que não tenho medo das frustrações. Meus sonhos, desejos, riscos e idéias são feitos primeiramente para serem divididos com você e só depois, quem sabe, realizá-los. Sabe, fazer fantasia ajuda a viver e às vezes também é preciso de alguém que ache tudo isso absurdo, para trazê-las [as pessoas] junto ao meu mundo. Como você, que agora está próximo dele.
- Humpft
- Que foi? Achou mais absurdo ainda?
- Não, estou respirando sua inspiração pra sonhar.

O homem

É guitarrista, escritor de sucesso e marido dela.


(Elton Pinheiro)

26 de julho de 2008

Ao Léu

Sempre, sempre, Celeste quis saber sobre o amor, nunca compreendeu bem essa palavra que a toda hora está nas declarações viscerais que definem casos de cinco minutos ou amizades de meia hora.

Sempre, sempre, toda vida Celeste quis entender que amor é esse que, todo mundo diz ter pelo outro, mas ela nunca tinha encontrado. Não encontrou na esquina, na casa, na escola, no cinema, no parque, debaixo da cama ou perto bar.

Sempre, sempre, Celeste quis saber os segredos dos outros, não importava de quem, apenas queria saber, afinal, eram segredos. Todos os segredos, inclusive os de amor, ela escutou atrás da porta. Realizou-se.

Sempre, sempre, Celeste quis entender o amor da literatura, aquele que faz dois corpos, dois corações e duas almas um único ser. Leu bastante, talvez não o suficiente para compreender e jogou o amor, a literatura, os segredos e as dúvida ao léu.

Muito, muito tempo depois, encontrou os livros jogados ao léu, velhos e faltando páginas. Lamentou.Depois reencontrou os segredos passados, guardados e mais tarde, velhos também. Viu que não adiantou. Havia ainda as dúvidas, estás sim foram resolvidas, mas lembrou depois que ainda surgiram muitas outras. E por fim, lembrou do amor jogado ao léu, que foi levado pelo Leo, e esse nunca mais encontrou.

25 de julho de 2008

Um dia desses

Encontrei as palavras abaixo no meu bloco de anotações, mas juro, eu não consigo lembrar da cena. Se você, caro amigo, souber quem é a pessoa que eu menciono, ou a própria pessoa se recordar, por favor, refresque minha memória.


Ontem um coleguinha de profissão virou e disse pra mim:

- Você já pensou em ser atriz?

Não fazia a menor idéia do por quê aquele sujeito estava perguntando isso pra mim. Fiz um minuto de silêncio e pensei: é claro que eu já pensei em ser atriz, senão nunca teria feito teatro (modesta parte fui uma boa aspirante-a-atriz, arranquei risos e choros em cima do tablado), mas como uma jornalista sã (ou quase), respondi:

- Não, nunca.

- Pois acho que devia investir. Você é linda e inteligente, ficaria bem na novela das oito.
- Hã?

Fiz cara de bosta! O cara não pode ter me falado que fico bem na novela das oito. Não pode ser verdade. Ou ele está de sacanagem grande comigo ou o sujeito está me cantando da forma mais grotesca.

24 de julho de 2008

Pra hoje

Na falta de tempo para produzir as crônicas do cotidiano, eu passo rápido para dizer que, hoje no Conjunto Nacional, na Av. Paulista, tem dois eventos gratuítos.
O primeiro é às 19h30 na livraria Cultura, com o show da Fabiana Cozza e autográfo do seu CD ‘Quando o Céu Clarear’.
Meia horinha depois, às 20h, tem pré-estréia no Cine Bombril do Filme “Era uma vez”, direção de Breno Silveira - o mesmo que dirigiu Dois Filhos de Francisco.

Programação boa e de graça, agora é só escolher o destino.

Axé, saravá, sorrisos largos e até lá.

22 de julho de 2008

21 de julho de 2008

Meu primeiro pocket-show

Havia um público, uma banda e gente me esperando, como sempre, eu estava atrasada e mal tinha aquecido a voz. Mas o repertório me dava segurança, porque um dia alguém me disse que, mais do que voz era preciso ter dramaticidade, sentir e viver a música. A voz vinha com o resto. Assim eu entrei naquele palco apertado, sorridente e nervosa, abrindo com a música “A vizinha do lado” de Caymmi. Eu senti que comecei dura, com a aparência de quem é mesmo novata no espaço, mas antes do meio da música eu já estava entregue a letra, a melodia e ao palco. Eu via pelos os olhos de quem me ouvia e assistia que a levada estava boa, e não deu outra, palmas e bis no final foram os presentes que a pequena platéia me deu.

Bem, talvez não seja bem assim que tenha acontecido, mas é assim que eu gosto de lembrar. Na verdade, a alusão acima é só resultado de um fato melhor temperado por mim. Sem banda e com um público que não me esperava, só me assistia, eu cantei no karaokê que encontrei perto de casa. Achei que estava na hora de matar a vergonha de cantar em público e colocar em prática toda as aulas de canto, por isso, decidi levar meu canto para outros cantos, além de banheiro, quarto, sala e cozinha da minha casa.

Comecei mesmo com “A vizinha do lado” de Caymmi, que pra minha surpresa, a música e a minha voz foram bem aceitas, as pessoas que estavam ali me aplaudiram. Agradecida dei um sorriso e fui saindo do pequeno palco, mas aquelas pessoas que nunca havia visto na vida me pediram pra voltar e cantar outra, (sim, eles pediram bis, dá pra acreditar?). Eu aceitei e nessa seqüência de pedidos cantei umas dez músicas.

Achei isso inusitado demais para um karaokê, mas eu aproveitei a voz colocada e recebi aquilo como meu primeiro pocket-show. Mesmo sem banda e sem um público meu, mas sim, com um público e música de karaokê. No final, quando fui acertar todas as músicas cantadas, a dona do bar me disse:

- Não precisa não, além de bom gosto, você tem a voz bonita. Volte amanhã!

Saí de lá sem gastar um pequeno tostão, e no dia seguinte eu voltei e voltei e voltei e vou voltar. Agora, está virando vício, todos os dias depois do trabalho eu passo no Karaokê, canto algumas músicas e vou feliz para casa.

Caetano Veloso já eternizou na sua música “Desde que o samba é samba”, o verso e a verdade dizendo que, “cantando eu mando a tristeza embora” e mais do que isso, cantar me faz um bem, por isso, vou fazendo diariamente do canto o meu verso, minha poesia, minha melodia, minha harmonia.

15 de julho de 2008

Duas amigas e uma dose de verdade

No metrô duas garotas jovens, bem vestidas, moderadamente sérias e parecidas, dividindo um fone de ouvido, dialogam.

- E aí? Alguma novidade?

Sorridente a amiga 2 responde para a amiga 1

- Sim, ele apareceu de novo.
- Ixi, e ai?
- Acho que vamos sair.
- Assim, fácil...
- Fácil?
- É, ele some e depois aparece e você o recebe com sorrisos.
- Não o recebi com sorrisos, disse que talvez.
- Mas ele não sabe desse talvez, sabe?
- Não sei, acho que sim.
- Como você combinou?
- Não combinei, disse que ia ver.
- Sei...
- É verdade, foi só isso, preciso ver ainda.
- Vê direito...
- Você diz isso porque não gosta dele.
- Não, digo isso porque ele está te usando.
- Ah, mas e...
- Você sabe disso!
- Humpft! Eu sei, mas e eu?
-Você o quê?
- Como eu fico?
- Sem ele, de preferência.
- Mas, e as minhas necessidades onde ficam?
- Você passou mais da metade da sua vida sem sexo, vai sobreviver alguns meses sem.
- Você está sendo bem otimista falando em meses.

Uma leve risada da amiga 1 e...

- Tem que ser, senão não te convenço.
- Mas se você partir do ponto que eu estou usando ele, hein? O que me diz?
- Não tem como partir desse ponto.
- Por quê não? Eu não posso querer só me divertir com ele?
- Pode, ou poderia se não tivesse se envolvido.
- Mas ele não sabe disso.
- Tem certeza?
- Sim.
- Eu não acredito, porque você está sempre disponível para ele.
- Claro que não, já recusei algumas vezes.
- Recusar ‘algumas vezes’ não é o suficiente.
- Mas assim como ele fez agora, eu também já o procurei o que, também, me deixa na posição de quem usa.
- Não, você fica na posição de quem é usada mesmo, porque a questão não é quem procura primeiro, mas quem vai embora.
- Hã?
- É, vocês ficam, mas sempre quem fica é você. Fica presa e esperando ele voltar, enquanto ele está sempre de passagem: chega, faz o check-in e vai embora.
- Rá-muito-obrigada! Sou a comissária ou o avião?

Com um leve sorriso a amiga 1 complementa.

-Seja quem você quiser, só não faça mais o chequin dele, ou pra ele. Enfim, sei lá.

Um minuto de silêncio, uma respiração forte da amiga 2 olhando pelo vidro os movimentos rápidos da paisagem urbana que o metrô revela, e a penúltima deixa da amiga 1.

- Meu, isso não tá certo. Você tem que tomar cuidado com você, é fácil pra ele, bom quando estão juntos, mas e você depois?
- Eu sei.
- Mas e agora, o que vai fazer?
- Não sei, isso eu não sei.

Mudei o meu destino só pra ver a história até o final. Depois disso, a viagem foi toda feita de silêncios e o som do MP3 que fazia a trilha da conversa cheia de verdade das amigas. Mas difícil será a decisão da amiga 2, porque mesmo sabendo da verdade, ela agiu como quem a escuta pela primeira vez. E a verdade se não dói, atinge e faz efeito.

Nelsinho ou Carlinhos ?




Alguém já havia reparado na semelhança física ente o Nelson Motta e o Carlinhos Lyra? Pois bem, eu reparei isso no último sábado, quando vi a entrevista do Carlos Lyra - com um óculos igual do Nelson - para o programa Vitrine, na TV Cultura. O músico falava sobre os 50 anos da Bossa Nova, mas pela primeira vez, (pelo menos foi a primeira vez que vi e ouvi isso) ele revela que, na verdade, a bossa não faz 50 anos neste ano. Papo pra lá de bacana que o jornalista Rodrigo Rodrigues teve com ele. Aproveita pra ver essa entrevista na reprise do programa, hoje às 19h30.

Quanto ao nelsomotta - como dizia Tim Maia - eu passei minha vida toda achando que ele era gay, mas descobri esse ano, com informações seguras e de uma fonte próxima ao jornalista, compositor, produtor musical e escritor, que ele é o maior pegador. Isso mesmo, foi assim que ouvi, com a palavra ‘pegador’, e a fonte ainda completou dizendo que, depois de Vinicius de Moares, o maior pegador do brasil é Nelson Motta. Eu fiquei bege quando soube, mas não duvidei.

Ontem o CQC mostrou Rafael Cortez perguntando ao Nelson, na saída do show do João Donato, se ele tinha pego alguma musa da MPB. Nelson Motta, obviamente desconversou, deu uma risada e disse que está sossegado e que é somente casado com a música brasileira, o que lhe permite uma poligamia enorme e deliciosa.

Com o currículo e a genialidade de Nelson Motta, ele tem a poligamia que quiser, o cara é malandro e apesar de paulista, tem ginga de quem é natural do Rio de Janeiro.
E na semelhança do músico carioca e o multiuso paulista, eu desejo um dia ter 3% do talento ou competência do rapaz Nelson Motta, para viver no sossego de Tim Maia num céu azul de maio, ouvindo a bossa de Carlinhos.


na foto: à esquerda está Carlos Lyra e à direita Nelson Motta.

13 de julho de 2008

Música ruim, não.

Eu caminhava para escrever um post sobre amor e ficção, depois de assistir o filme Sal de Prata. Mas, mudei o meu destino quando vi no Despojo, do Julio, um podcast falando mal do Kid Abelha.
Grupo que sempre tocou na minha vitrola e acompanhou minha infância e adolescência, sem dizer que sempre gostei da Paula Toller, que o Julinho com o seu humor, também não perdoou.
Eu tenho quatro CD’s do Kid Abelha, assumo que gosto e mesmo na posição de quase-fã, eu não posso deixar de admitir que a idéia e o trabalho do nosso amigo ‘despojado’ foi incrível.
Mesmo ele falando mal, eu recomendo. Ouve que o negócio é bom!


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Além do Despojo, Julio agora acaba de lançar o blog Xicrinha, praticamente um manual de onde você pode desfrutar um bom cafezinho.

p.s.: Julio, você me deve algumas pilas e mais um café pela propaganda.

11 de julho de 2008

Vai rolar a festa!

Ivete Sangalo já cantou e eu canto e anuncio aqui: o D’propósito terá sua festa de aniversário de um ano. A idéia de um blog fazer festa, a princípio, parece estranha, mas se parar pra pensar que só se faz um ano uma única vez, achei motivo mais do que suficiente para comemorar e festejar.

Há duas semanas mais ou menos eu comecei a planejar o lugar e conversar com os contatos e terceirizar os amigos para a realização do evento, como sempre, surgem os impasses e parece que tudo vai dar errado, mas aí vêm as boas vibrações e acaba tudo dando certo.

Primeiro, eu fiquei a procura de um bar genuinamente ‘d’propositado’, o que significa algo bem brasileiro e carioca. Entre uma lista de uns nove bares e visitando cada um deles, mesmo depois do apaixonante Bossa Nueva, decidi pelo Boteco Seu Zé. Porque além do ambiente alegre, brasileiro e carioca que eu queria, quando passei na sua frente tocava Falsa Baiana, com Roberta Sá no telão, achei aquilo um sinal e decidi: vai ser aqui!

Aí papo vai, papo vem, a moça de lá diz que, o dono do bar não costumava fechar o mezanino de sábado. Mas ficamos em acordo e quando eu já quase desistia do Boteco Seu Zé e já me dirigia a outro bar, fui ver o show em homenagem ao João Donato no Parque do Ibirapuera, na quarta-feira. Entre alguns convidados como Bebel Gilberto, Adriana Calcanhoto, Marcelo Camelo e D2 estava Roberta Sá.

Saindo do show encontrei com a figura do Pedro Verdone (um desblogado) e fomos vencer a batalha de conseguir o Boteco Seu Zé para a festa. E não deu outra, o Boteco é nosso!
Quando a Caterine - moça do bar - deu a resposta positiva eu não me segurei, levantei os braços e dei um gritinho
- Uhuuu....
O Pedro olhou pra mim, se conteve e expressou um, "legal". Ele diz que foi sua boa vibração de jornalista e de rapaz (quase) sério que fez tudo ocorrer em pleno sucesso. Mas ainda tenho pra mim que, foi o fato de ter visto a Robertinha Sá no palco e depois ir correndo pra lá que deu sorte.

O importante é que a festa vai rolar em grande estilo, com música ao vivo, presença inusitada de jornalistas, músicos e poetas fingidores. Festa danada de boa vai ser essa, tem gente até da Bahia vindo pra cá. Então, você que é um d’propositado de casa ou um d’propositado que chega agora, está mais do que convidado.
Lá na festa, um dos presentes será um fanzine com as melhores crônicas publicadas. Bora comemorar!

Aqui tem dois dos flyers que fiz, aproveita e já deixa seu comentário dizendo qual você prefere e anota as informações para comparecer.

Axé, saravá, sorrisos largos e até lá.


Flyer 1




Flyer 2



Para aumentar clique na imagem.

9 de julho de 2008

Retrato

O espaço que existe entre o que se é e o que as pessoas vêem sobre você, é sempre muito curioso, ainda que não seja algo tão revelador, dependendo da boca que vem é surpreendente. Digo isso, por uma resposta de e-mail que recebi na manhã de hoje, quando perguntava a opinião entre duas imagens cariocas, uma com o calçadão de Copacabana e outra não. Junto com o voto veio o seguinte comentário:

Oi Camila, sua Tia escolhe a calçada, tem mais a sua cara, porque é como você: é de todos, mas não pertence a ninguém, assim eu vejo uma calçada.


Esse comentário vindo de um amigo em nada me surpreenderia, mas vindo de um membro da minha família, até assusta. Algo parecido me aconteceu há um ano, quando um professor num tom de conhecedor brando e apaixonado, exclamou:

Camila não é apenas para um homem só, é do mundo. Camila é como Bethânia, chega com o corpo, com a alma, com a personalidade e homem nenhum doma sozinho.

Naquele dia eu me descobri quando ele me revelou, mas acho que minha família me tem revelado muito antes do que eu imaginava e feito foto de máquina analógica, a imagem fica velha, mas os traços não se apagam.

6 de julho de 2008

O último

Acaso - parte VII


Ele já havia ensinado Ela a deduzir as respostas, os olhares e as suas ironias. Mas Ela ainda sentia uma certa dificuldade ao decifrar o sorriso dele. Esse era o código que a prendia e mantinha todo o mistério no corpo e alma que a seduzira anos atrás, e que ainda relutava a assumir a paixão. Não pelo que a paixão o é em si, mas pelo que Ele não poderia representar desse ardor, entusiasmo e qualquer sentido desse sentimento que Ela mantinha guardado. E no acaso de tê-lo por uma metade e não tê-lo por inteiro, Ela aceitou mais um encontro com Ele, e decidiu ser o último. Sempre pensava nessa decisão enquanto ia ao seu encontro, mas dessa vez decidiu ser diferente.

Estava ansiosa e como de costume, chegava, sorria e nada dizia, esperava a primeira sílaba dele, para que então, as palavras, os verbos e seus sujeitos se misturassem e conjugassem, ainda que imperfeitamente, o significado daquele caso. E assim foi numa noite de começo de outono, com uma neblina fina e seu vestido balançando contra o vento que esfriava seu corpo pedindo calor.

Ele a aguardava em sua casa, enquanto Ela caminhava ao seu encontro com um pacote enorme de baixo do braço. A campainha tocou e como quem faz mais mistério e de propósito deixar ela ansiosa, Ele abre a porta se escondendo atrás da mesma. Ela percebe a brincadeira, entra e não olha para trás. Ele calorosamente a recebe com um abraço por trás e rapidamente a vira para ver seus olhos e sorriso de menina. Ele olha o pacote, mas nada pergunta, então, ela deixa o pacote sobre o sofá, como sua bolsa e celular.

O pacote tinha o significado que representava aquele dia, dois importantes significados. O primeiro Ele não gostava de comemorar e comentar, o segundo significado ele ainda não sabia, mas descobriria dali algumas horas.

Aquela noite com Ele não foi o que Ela imagina, mas era o que ela precisava para continuar sua decisão. Amaram-se, desejaram-se, consumiram-se. E Ela sentiu vontade de ficar na cama coberta por Ele até à tarde do outro dia chegar. Mas preferiu agir com toda sua razão pertinente; olhou o dormindo e levantou levemente caminhando em direção a sala. Pegou o pacote e um cartão que estava dentro da bolsa e os deixou sobre a cama. Olhou e sentiu aquela cena por longos minutos e com o sol lhe chamando para o horizonte, Ela disse um adeus querendo ficar, mas foi, sem ele ver, para que aquela imagem fosse só dela.

Ela não sabia descrever como foi o último beijo daquela noite, preferia lembrar-se do primeiro, como Ele a ensinou a lembrar. Assim planejou que fosse para a manhã de seu aniversário com o pacote presenteando-o o que dela, não era mais presente. No pacote, havia um retrato da cena de quando Ele partiu pela primeira vez, agora foi à vez dela ir embora.

Ele acordou, abriu o presente, leu o cartão duas ou três vezes, guardou-o e pendurou o retrato. As últimas palavras dela saudava-o pelo dia e pelo laço que havia deixado. Quando Ele pensou que Ela veio pra ficar, ela foi pela primeira vez, mas o que nem Ele, nem Ela sabiam, é que um era o destino do outro.

4 de julho de 2008

Boa vizinhança

Como é de costume e de minha obrigação, peguei meu cachorro luck para passear. Saltitante e buliçoso com seu rabo curto (ele é um cocker), caminhamos para o elevador, e como também é de costume eu cantava, dessa vez soltava a voz com “meu nome é gal, meu nome é gal”, no hall – o retorno da voz é ótimo. Chega o elevador, abre-se a porta e com uma certa timidez do meu canto ter sido ouvido eu pergunto:

- Desce ?

E com um sorriso o casal que estava no elevador confirma que sim. Usando a educação da boa vizinhança eu pergunto se eles têm medo do cachorro. E como resposta: mais um sorriso. O que pra mim sempre significa algo positivo, achei o sinal além de simpático, uma permissão para a entrada minha e do luck.
Do 8º andar – onde moro – até o térreo é um caminho, não muito longo, mas também não muito curto; o suficiente para o casal, meus vizinhos que vi pela primeira vez, dialogarem em francês. E isso não era um treino da língua entre eles.

O rapaz era mesmo francês, tinha todo o tipo. Ela tinha cara de francesa – elegante a moça - mas também tinha cara de brasileira. Entretida na conversa do casal eu não disfarcei a curiosidade e a atenção para o diálogo.
Quando chegou no térreo eu arrisquei bonne nuit e sai animadinha, feito meu cachorro ansioso para passear. O casal retribuiu o meu 'boa noite' e seguiu para o subsolo.

Moral da história: não tem moral, é só pra dizer que arrisquei no francês e tenho vizinhos franceses. Só.

Ps: inacreditavelmente hoje à tarde no mesmo vagão de metrô que eu, encontrei minha vizinha francesa . Coincidência ou não, achei isso um sinal, só não consegui traduzir o sinal, ainda.

1 de julho de 2008

Traduzido em blues

Sua cabeça é difícil entender
Estranha é a forma do seu proceder
Quando eu te quero não consigo ter
Quando não quero não me deixa esquecer



Um blues - Bruna Caram

Moda

Nas vitrines das butiques aos comércios de rua; escondendo a beleza, aliviando a gordura. São roupas, trajes, vestimentas, pedaços de pano e um salto alto para qualquer elemento que faz a moda, e outro salto com os pés no chão para quem vê a moda além do que veste. É nessa tendência que eu tiro toda a roupa e deixo nu todos os corpos, para ver mais de perto a alma, a essência.

Dispo com os olhos e a imaginação o conglomerado que vejo, sem exceção ou preconceito. Pode ser preto, branco, baixo, gordo, sarado, feio e bonito. Qualquer um é motivo e alvo do nudismo de ser quem se é, no entanto, alguns faço questão de deixarem vestidos, completos de roupa. Porque com algumas pessoas após meia-dúzia de palavras não consigo mais despi-las. São manequins que vestem a moda, mas não fazem moda, nem desfilam em passarela alguma.