10 de dezembro de 2010
A verdade
3 de dezembro de 2010
De segunda a segunda
“É mais fácil encher a cara do que escrever”
a frase é do dramaturgo Mario Bortolotto, que me compreende e explica bem minha ausência neste vasto blog. Para os mais presentes que me questionam que vida é esta que eu levo, digo.
É uma vida de fases. Essa é só uma fase que sempre pede mais uma dose com bastante gelo, música e amores. Para a boêmia não perder seu sentido e sua amante.
sento e escrevo, para o D'propósito, a qualquer momento do dia. As noites e madrugadas já estão reservadas.
3 de novembro de 2010
Menina Mulher
no Happy Hour, do GNT, às 19h!
Os estranhos sempre me olham como a delicadinha, que bonitinha não é? Eu não sou delicadinha. Falo palavrão e arroto, só não peido no elevador porque isso é constranger o próximo, praticamente anti-ético.
Mas se tem uma coisa que sempre tive vontade de fazer, é escrever sobre sexo! Talvez tenha me faltado coragem e sabedoria para isso, porque pra falar de um dos atos mais praticados no mundo e de grande prazer na maioria deles, tem que conhecer, saber a fundo. E a fundo, fundo não conheço, não, sei bastante da teoria. Tudo aquilo que acontece com as amigas e a gente leva de ensinamento. Mas se isso valer alguma coisa, posso dizer que estou quase doutora em questões teóricas sobre fatos de amor e prazer. No entanto, na prática acho que ainda estou saindo do colegial. Sou aquela típica semi-virgem, sabe? Que pensa que sabe bastante coisa, mas na verdade não sabe quase nada.
Pra piorar, eu sou aquela que ainda acha quase todos os tamanhos de paus grande e ainda se pergunta como uma espessura de comprimento tão grande pode entrar numa circunferência tão fechada? Nem a matemática explica. Mas aí vem àquelas definições de dedos ou só a cabecinha. E desde quando pinto tem ombro, pra entrar só a cabecinha?
A questão é a seguinte: essa atividade no começo deve doer pra porra e põe porra nisso. Por exemplo, eu já falei pro meu namorado que vou ter que perder a dolorosa virgindade com um gordinho de pinto pequeno ou um japonês. Não dá, tem que começar por baixo, pelo pequenos, acho o dele muito grande e pra abrir a porteira tem que começar pelos gados menores ou pôneis, afinal a fazenda da tia-tia Camila é pequena.
Brincadeiras à parte, ou parte das brincadeiras do sexo, eu me questiono: é normal alguém perguntar se pode gozar? Minha amiga, qual minha ética não permite dizer o nome, viveu a seguinte situação: em meio a brincadeiras, o cara pergunta se pode gozar. E ela me pergunta se isso está certo ou é normal. Oras! Sei lá. Mas eu pensava que essas coisas não desse pra segurar. Meus gozos até hoje só foram de alegria, sem presença de sexo e nunca consegui evitar. Então eu não soube, mas imagino que ele foi educado em dizer isso, é como apertar a campainha antes de abrir a porta. Não é?
Teorias e práticas à parte, quero mesmo é um dia praticar o sexo tântrico, o silencioso, o proibido, o escondido, o escandaloso, o animal e o normal. Isso quando deixar de ser a semi-virgem, com cara de menina, voz de guria, óculos e idéias de mulher.
29 de outubro de 2010
Post it
18 de outubro de 2010
Amor pós Orkut, Skype, SMS, Messenger
8 de outubro de 2010
Quatro minutos de fama
27 de setembro de 2010
20 de setembro de 2010
Indefinível
10 de setembro de 2010
Além do que se lê
25 de agosto de 2010
O D’propósito em suas mãos e na sua estante!
Esse meu ensaio (quase diário) no blog pode virar livro com o 2º Prêmio Blog Books, que vai eleger dentre cada categoria, o blog que merece virar livro. O D’propósito está concorrendo na categoria Universo Feminino e precisa do seu voto e de mais de um monte de gente para ele sair da tela do computador e virar papel com capa dura e autora feliz!
2047 pode ser agora, então, você que já me escreveu perguntando se tenho livro publicado ou me pedindo para escrever, essa é a hora. Enquanto a obra de 2047 não chega, vamos tranformar o D’propósito em livro? Ajuda aí, vai, e faça eu e minha família mais feliz.
É só clicar nesse selo, você pode votar quantas vezes quiser. O selo também vai ficar aqui ao lado, para sempre que vier d’propositar poder votar sem dificuldade nenhuma.
Axé, saravá, sorrisos largos, vamo que vamo e Amém!
PS. Eu só fiquei sabendo do concurso pelo Rics, do Colcha de Retalhos, que também está concorrendo na categoria Universo Masculino.
20 de agosto de 2010
Despedida
9 de agosto de 2010
Aniversário!
16 de julho de 2010
O gatão é meu cachorro
14 de julho de 2010
Um dia meu homem
27 de junho de 2010
Cheiro das manhãs
21 de junho de 2010
15 de junho de 2010
Vida à la carte
12 de junho de 2010
O negócio é amar
9 de junho de 2010
Sutil conquista
Está na natureza: o macho é o caçador ! Mas numa natureza moderna, com homens se depilando e mulheres consertando chuveiro e matando barata a ordem se mistura, caça e caçador se confundem e a regra...bem, não existe mais regra.
Tenho três amigas que estão no momento “como vou cantar o cara?” Eu não sou a miss conquistadora, mas é fato: apesar da mulher vestir a fantasia de presa, ela não é presa nunca. É predadora. Um homem pensa que é caçador, a mulher faz de conta e deixa ele acreditar que sim. No fundo são as moças que escolhem, mas não chegam no título de caçadoras, são conquistadoras.
Mulheres são sutis, não saem caçando a carne. Saem conquistando corpos e idéias. Algumas fazem isso sem nem perceber, outras precisam pegar no tranco e algumas ainda têm a dificuldade de acreditar que a mulher pode cantar o bonitinho da esquina.
Demonstrar-se interessada, não te faz menos interessante. Tudo é uma questão de postura, de olhar, de conversa e até de sorrisos. A linha entre caçadora e conquistadora está como ser sensual e vulgar. A diferença é grande, mas tem gente que confunde.
Quando se conquista, você é sensual. Diz, mas não revela. Mostra, mas não se mostra. Fala, e deixa a dúvida. Não precisa vulgarizar querendo mostrar peito, bunda e risadas escandalosas para parecer engraçada. É claro que tudo é uma questão de estilo e objetivo.
Não é anormal a mulher sair à frente, dar o primeiro passo é permitir que o outro alguém dê os demais. Todo mundo gosta de conquistar e ser conquistado. Nada com pressa e às claras. Devagar, segurando a ansiedade e chegando na ponta dos pés a presa.
O jogo da conquista é, em muitas vezes, a melhor parte. A curiosidade e a expectativa são o que nos move pra frente e o que tem movimentado as conversas com minhas amigas. Entre elas está Gabrielle, do Engabizando. Uma conquistadora iniciante que diz que eu devia escrever um manual de conquista. Se eu fizer isso não fico com homem nenhum mais, acho. Eles vão fugir de mim, ou ficarem muito meus amigos.
E tudo é só experiência na observação humana. Mas eu como minhas amigas passei pela mesma dúvida de como chegar no rapaz e bem, quanto a mim, tudo o que eu fiz foi dizer antes dele:
- Oi, meu nome é Camila.
E a história começa aí...
26 de maio de 2010
Estréia
“Todo jornalista é o artista frustrado”
Nunca me esqueci da frase dita por uma professora no colegial ao saber da minha definitiva escolha pelo ofício.
Não sei bem dizer se é frustração, ou quando se confundiu com pretensão. Isso porque, sempre achei a arte e o palco pretensioso demais pra mim.
Eu sabia qual era o meu limite, pelo menos achava que sabia até semana passada, na minha estréia.
Escrever é (ou era) o suficiente para não me fazer uma pessoa frustrada. Mas aí, na falta do que fazer depois de graduada, fui estudar teatro pra ajudar na desenvoltura e dramaturgia para dar continuidade a qualquer imaginação. O fato é que de cara o curso de teatro possibilitou que eu colocasse a mão na massa, sendo co-autora do espetáculo que apresentamos.
No camarim, enquanto me preparava para não ser eu, me pus a perguntar: o que é que estou fazendo aqui ? Era um tiro no escuro, um encontro às cegas. Maquiar-se de outra pessoa é mexer com o imaginário de quem podemos ser, é a escolha de não ser completamente você, eu, nós.
Quando tocou o terceiro sinal do teatro foi que entendi porque a dúvida e a insegurança: eu não poderia ser previsível diante da arte. Eu tinha que me surpreender e surpreender. Na coxia, prestes a entrar foi que senti que já não era eu. Era Cecília, minha personagem de sabedoria sem tamanho e que dominou meu corpo como uma entidade e o palco com a grandeza de uma louca. Eu chorei com a ovação do público e senti o que é estar num palco. Mas ainda prefiro as letras, porque eu odeio ensaiar.
Eu gosto, mesmo, das estréias.
17 de maio de 2010
Única apresentação
10 de maio de 2010
Esquimó
3 de maio de 2010
A culpa
A culpa não berra feito os gritos de fúria, ela silencia pra castigar e esmagar você até gritar.
- DESCULPA, A CULPA FOI MINHA !
Ainda que não seja ou não haja culpados declarados o destino trata de bordar, ponto a ponto, os impulsos em ira da boca que fala demais.
19 de abril de 2010
Acampamento
14 de abril de 2010
Insista, de novo.
Um corpo é movido muito melhor a paixão. Fato. Meus estudos de vivência própria provam isso. (Não que isso valha muita coisa, MAS) E para quem tem medo de iniciar uma nova aventura ou se entregar ao risco, nem saia de casa. Medo de se machucar são para fracos, senão, amadores. A paixão serve pra isso mesmo: iludir, deixar a pele mais bonita, você mais animado e depois sofrer por mais um que não será o último, provavelmente, se você tiver sorte. Mas eu ando um pouco enjoada com essa história de paixão, porque o momento é outro, em que meu pensamento está só para o trabalho, dinheiro, teatro e letras. Mas apesar de não estar com o gostinho de paixão na boca, nunca custa nada ajudar a amiga insegura que está com medo de arriscar.
A minha quase bíblia é o livro Canalha, do Fabrício Carpinejar, que já citei aqui várias vezes e vai mais uma que, aliás, também já esteve neste post.
Se joga, povo.
"Declare-se apaixonado antecipadamente. Depois encontre um jeito de pagar. Ame por emprétimo. Ame devendo. Ame falindo. Mas não crie arrependimentos por aquilo que não foi feito. Sejamos mais reais em nossas dores. Tudo o que não aconteceu é perfeito. Dê chance para a imperfeição. Insista"
8 de abril de 2010
Um acaso no café da manhã
- Uma pergunta e um elogio.
- O problema não é quem repara mais ou menos, é reparar. Se é que você me entende.
Moço, por favor, você pode colocar o pão e o suco pra viagem, obrigada.
7 de abril de 2010
Causos do tempo
E com tanto passado, chamavam-na de saudosista quando não de medrosa, por não encarar o que lhe vinha à frente. Saudosista ou medrosa, Estela era mesmo ansiosa e impaciente para esperar o tempo.
- O futuro é pra quem o projeta.
Foi o que lhe disse um velho violeiro contador de causos, falador como ela. Aí então Estela compreendeu o tempo que vivera, que contava e que fazia. Quando percebeu que estava, de fato, apegada com o passado parou de datar o tempo, porque o velho lhe disse.
- Não importa que tempo foi, mas se foi.
30 de março de 2010
Eulírico desenhando uma dúvida
16 de março de 2010
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A coragem sempre foi para os excêntricos. No meu tempo de escola achava que coragem quem tinha, eram os fortes. Mas não. Músculos não definem idéias. Os fortes e de boa aparência não são nada além de comuns. Desejam ter um emprego de cargo público, uma família com pelo menos dois filhos e o carro do ano na garagem, e claro, a viagem de férias anual. Isso é a vida dos fortes, que suportam a monotonia da família tradicional e do emprego fixo. Os fortes não são corajosos, são inseguros demais para arriscar e ter coragem.
Coragem é para os homens que não têm medo do acaso, ou do que o destino lhe reserva.
*Trecho da peça que escrevi e a primeira fala da protagonista Cecília. Isso e além em cartaz em maio, no Teatro Brigadeiro.
11 de março de 2010
Super-Beta Campos
Entre todo o meu gosto e curiosidade pela música, principalmente brasileira, foi sempre ouvir e buscar novos compositores. Especificamente, para meu trabalho de pesquisa, novas compositoras. Foi então que em 2008 por acaso, ou por força do destino, ouvi Roberta Campos. Pouquíssimo tempo depois no conhecemos, fomos parceira em músicas, cantamos juntas, ela fez show no aniversário de dois anos deste humilde blog e, sempre muito gentil, também gravou algumas músicas minhas e pra mim.
Agora, quase dois anos depois desse encontro, respirei feliz pela Roberta que conheci e como ela está crescendo sem parar. Isso eu já sabia que cedo ou tarde ia acontecer, logo pela qualidade do trabalho que a mineira realizou quando era a cantora independente que gravou e produziu todo seu disco em casa, como explico neste post. Hoje, Beta tem contrato com a gravadora Deckdisk e já está fazendo seu nome, e mais: já ouvi jornalistas do meio fazendo bons comentários dessa moça de um talento só.
E toda essa recordação e vontade de escrever se deu no vídeo abaixo que é do making of de seu disco.
Entre todas as suas músicas a que tenho um carinho especial é Acabou, porque me lembro como se fosse hoje, quando estávamos em sua casa e Roberta, com violão e voz, claro, me mostrou a música e eu me emocionei.
Escuta e vê a moça aí.
6 de março de 2010
O som em comum
A gargalhada tem ritmo, harmonia, melodia e compasso, quando alguém a solta primeiro e em seguida vem outro amigo e outro e outro, seja fazendo base ou enriquecendo o som com os dentes a mostra, a sonoridade que faz ser tão contagiante quanto o samba e o jazz muda os olhares ranzinzas e as bocas amarradas pelo silêncio que estão em volta. Com o tempo cada grupo de pessoa cria quase que um único estilo de rir, de fazer o barulho da felicidade. Amigos se encontram pelo sorriso. E um sorriso, às vezes, pode ser até mais rápido que o choro. Mas não há pranto que resista um sorriso orquestrado por uma gargalhada ensaiada por amigos.
23 de fevereiro de 2010
As letras que não são minhas
10 de fevereiro de 2010
o escândalo da morte e a dor do amor
Mas entre todas as coisas que as pessoas mais dizem é: não se humilhe! O que não é bem o que aconselha Roberto Freire em Ame e dê Vexame ou em Insista, crônica do livro Canalha!, do Carpinejar.
Eu amei, insisti, dei vexame e as pessoas diziam, “você tem que ter o mínimo de orgulho”. Também acho. Mas acredito mesmo que só se pode ter orgulho depois de um belo escândalo.
Por exemplo, nós fazemos escândalo diante da morte e sem vergonha que nos vejam chorar desconsolados abraçando o corpo que já não responde. Parece ridículo comparar a dor que se tem a perda da morte a de um relacionamento, já que não há consolo para a perda definitiva de alguém. Mas ridículo, talvez, seria também não comparar.
Já vi muita gente tentando descrever a dor da morte e não conseguir. Além de um vazio e as melhores lembranças do falecido não há mais nada que eu me lembre da morte. Até hoje sofri com a perda de dois bisavós, um avô e uma tia. Mas mesmo com a ausência dos quatro, tendo sentindo muito mais com a morte da minha tia, eu ainda não senti nada parecido com a dor da perda de um amor. Porque ao contrário da morte a separação não nos faz enterrar ninguém, a paixão sempre está mais viva para uma das partes e mesmo com a desintegração ele não deixa de existir, só muda o status ou a posição no tempo que de presente e futuro, de repente, se torna passado.
A morte não tem tempo, mas sempre tem companhia. Diante da morte você sempre tem companhia para chorar e recordar o melhor de quem não pode mais respirar. Do amor perdido, não. É você e só você para lembrar dos sorrisos trocados, do café da manhã surpresa, dos fins de semana todo na cama, das brigas por ciúme e do próximo aniversário que vocês não vão comemorar juntos.
A morte é o fim da esperança, o fim de um relacionamento é começo dela. Por pior ou melhor que tenha terminado sempre há esperança por parte do amor, senão pelo que se vai, pelo próximo que pode vir. Porque no fim das contas não dá pra superar o que não foi enterrado. Não se pode enterrar um sentimento ainda vivo, em qualquer coração que seja, ou que vier.