D'propósito

8 de janeiro de 2008

Chega de saudade



No toque que balança o meu violão, afina o samba-canção e faz da bossa o dom, o tom e o som do meu coração carioca e buliçoso, abro a janela pra ver o “dia de sol, festa no mar, o barquinho a deslizar no macio azul do mar” que canta o universo leve e otimista da nossa velha e nova, bossa.
Nos versos de Vinícius e Tom, Chega de Saudade chegou e registrou o nascimento do estilo que mais do que uma tendência é história e vida. Com rima e ritmo que combina o samba, o bolero e o jazz norte-americano, a bossa fez um novo som brasileiro.

O toque brando do violão que fez o samba da classe média canção, prosa e sussurro faz aniversário e comemora no gingado que é só seu os 50 anos de vida e musicalidade pura e original, que é recheado de artistas no tom de João Gilberto, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Nara Leão, Miucha e outros nomes que perpetuam a bossa que mesmo velha não envelhece nunca.

A tendencia musical foi além, e em outubro do ano passado a prefeitura do Rio de Janeiro tombou a bossa nova como patrimônio cultural da cidade. Um pouco antes, o samba já havia recebido tratamento semelhante, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. E não pára por aí, segundo o G1 esse ano os ícones do ritmo pretendem transformar o aniversário de Tom, dia 25 de janeiro no Dia Nacional da Bossa Nova. O projeto já foi aprovado no congresso e agora segue para o Senado. A idéia é ótima e parece que um grande show na data reúna as gerações da bossa-nova.

Além do show da especial data, o ano todo segue em comemorações que já se iniciaram. O Sesc Vila Mariana já começou a sua festa, e logo mais o Sesc Santana entra na roda e eu sambo direitinho, canto de mansinho e trabalho com o gostinho bossa-novístico.
Minha São Paulo capital de todos já está como o Cristo Redentor, de braços abertos para a beleza inspiradora que a cidade maravilhosa fez a música que pra mim, é mais do que sensacional. É nova, é bossa. É bossa é nova. E chega de saudade.

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