Como uma novela que decorre de capítulos incessantes - e emocionantes – minha vida prossegue, num ritmo que nem Manoel Carlos consegue por fim. Não reclamo do drama e da comédia que fazem dos meus dias o roteiro principal desse enredo d' propositado. Sem figurantes fixos e coadjuvantes permanentes , eu questiono os porquês, reclamos os nãos, argumento para o sim, mudo um destino, provoco um acaso e comemoro os encontros e despedias.E entre histórias que vão-e-vêm, faço prosa e recordo o ano que eu faria hoje e não faço, porque...
Há um ano eu mudei minha vida.
Indecisa, escolhi uma trilha
Depois...
Decida, eu prossegui.
Há um ano eu me sentia diferente
consistente, insana e contente
caminhava acompanhada.
Há um ano eu concluí Olgaa
leitura do presente que você me deu
e guardo como se fosse seu.
Há um ano eu aprendi a amar
e defenestrar...
Nos versos de Veríssimo
que você me ensinou.
Há um ano você ouvia Janis
cantava Elvis
e dançava Jackson.
Depois eu pedia a Bossa.
Há um ano estávamos em um apartamento
perdido na cidade
reformando e sem móveis.
Há um ano começávamos um romance
escondido e sigilosoque
revelamos a poucos.
Durante um ano...
vivemos,
aprendemos,
rimos,
criamos,
choramos,
escrevemos,
comemoramos,
amamos.
Em um ano todos os verbos foram conjugados
e aniversários comemorados
exceto o de hoje, porque...
Há um ano festejávamos a data
que hoje, com um ano
nós não solenizamos
Separamos.
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